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Trump e Macron concordam sobre defesa na Europa após atrito

Francês ecoou sentimentos de presidente dos EUA para que Europa assuma parcela maior nos gastos da defesa dentro da Otan

10 nov 2018 - 11h47
(atualizado às 12h10)
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O francês Emmanuel Macron e Donald Trump concordaram neste sábado sobre a necessidade da Europa carregar mais responsabilidade em defesa, minimizando um tuíte mais cedo do presidente norte-americano que descreveu o pedido de Macron por um exército europeu como "muito ofensivo".

Macron e Trump durante reunião em Nova York
Macron e Trump durante reunião em Nova York
Foto: Carlos Barria / Reuters

Reunindo-se para conversas no Palácio do Eliseu antes das comemorações que marcam o 100º aniversário do término da 1ª Guerra Mundial, Macron recebeu com um firme aperto de mão, em encontro menos caloroso que no passado.

Sentado em cadeiras douradas, Macron colocou a mão sobre o joelho de Trump e se referiu a ele como "meu amigo", enquanto o presidente norte-americano buscou encontrar um ponto comum na questão que causou o atrito.

"Queremos uma Europa forte, é muito importante para nós, e qualquer maneira que possamos fazer isso de forma melhor e mais eficiente seria algo que ambos queremos", afirmou Trump. "Queremos ajudar a Europa, mas tem que ser justo. No momento a responsabilidade tem sido carregada principalmente pelos Estados Unidos."

Macron ecoou esses sentimentos, dizendo querer que a Europa assuma uma parcela maior dos gastos de defesa dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um ponto que ele ressaltou repetidamente desde que assumiu a presidência na França, juntamente aos pedidos para a Europa desenvolver suas próprias capacidades militares.

"É por isso que eu acredito que minhas propostas para defesa europeia são totalmente consistentes com isso", afirmou Macron em inglês.

Após as eleições para o Congresso nos Estados Unidos que viram o poder de seu Partido Republicano enfraquecer, Trump está em Paris para fortalecer a aliança EUA-Europa durante as comemorações do Armistício.

Mas em um tuíte anterior ao desembarque em Paris na sexta-feira, ele adotou uma visão turva de comentários que Macron fez em uma entrevista nesta semana para a rádio Europe 1.

Discutindo a ameaça de hackers cibernéticos e interferência externa no processo eleitoral, Macron disse que a Europa precisava se proteger contra China, Rússia e "até mesmo os Estados Unidos".

Depois na entrevista ele falou sobre a necessidade de um exército europeu, dizendo: "Diante da Rússia, que está em nossas fronteiras e mostrou que pode ser ameaçadora... Precisamos ter uma Europa que possa se defender melhor sozinha, sem depender unicamente dos Estados Unidos."

Trump, que pressionou aliados na Otan a pagar mais pela defesa comum e a não depender tão fortemente dos EUA, queixou-se. "Muito ofensivo, mas talvez a Europa devesse primeiro pagar sua parcela justa da Otan, que os EUA subsidiam muito", tuitou Trump.

Trump e Macron devem manter cerca de uma hora de conversas bilaterais antes de se juntarem às suas esposas, Melania e Brigitte, para almoço no Palácio do Eliseu.

Veja também:

As imagens que marcaram o encontro de Trump e Macron:
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