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Trump evitar agravar crise com o Irã e diz que Teerã está "recuando"

8 jan 2020 - 16h59
(atualizado às 17h02)
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Por Jeff Mason, Ahmed Aboulenein e Parisa Hafezi

Trump chega para pronunciamento na Casa Branca
08/01/2020
REUTERS/Kevin Lamarque
Trump chega para pronunciamento na Casa Branca 08/01/2020 REUTERS/Kevin Lamarque
Foto: Reuters

WASHINGTON/BAGDÁ/DUBAI, Jan 8 (Reuters) - O presidente Donald Trump disse nesta quarta-feira que os Estados Unidos não tem necessariamente que usar seu poderio militar contra o Irã, uma tentativa aparente de desarmar uma crise provocada pelo assassinato do comandante militar iraniano Qassem Soleimani, cometido pelos EUA.

Falando da Casa Branca, Trump disse que nenhum norte-americano foi ferido pelos ataques de mísseis iranianos contra bases militares que hospedam soldados dos EUA no Iraque e insinuou que Washington pode não efetuar uma retaliação imediata.

"O fato de que temos essas Forças Armadas e equipamentos fantásticos, no entanto, não significa que temos de usá-los. Não queremos usá-los. A força americana, tanto militar quanto econômica, é a melhor ferramenta de dissuasão", disse.

"Nossas grandes forças americanas estão preparadas para tudo. O Irã parece estar recuando, o que é uma coisa boa para todas as partes envolvidas e uma coisa muito boa para o mundo."

Trump se aproximou, mas não chegou, a fazer uma ameaça direta de ação militar contra o Irã, mas disse que seu país "imporá sanções econômicas punitivas contra o regime iraniano imediatamente" em reação ao que classificou de "agressão iraniana".

Ele não mencionou medidas específicas.

Forças iranianas dispararam mísseis em bases militares que abrigam tropas norte-americanas no Iraque em retaliação pelo assassinato cometido pelos EUA de um general iraniano, aumentando as apostas de um conflito entre Teerã e Washington em meio a temores de uma guerra mais ampla no Oriente Médio.

Em discurso a um grupo de iranianos que bradavam "Morte à América", o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que os ataques foram "um tapa na cara" dos EUA e que as tropas norte-americanas deveriam deixar a região.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que o país adotou "medidas proporcionais" de legítima defesa e que os ataques "concluíram" a reação de Teerã ao assassinato do general Qassem Soleimani, e que sua nação não quer agravar o confronto.

"Não queremos uma escalada da guerra, mas nos defenderemos de qualquer agressão", tuitou.

ACORDO NUCLEAR

Trump voltou a prometer que não permitirá que o Irã obtenha uma arma nuclear e exortou as potências mundiais a se retirarem do acordo nuclear de 2015 com o Irã, que Washington abandonou em 2018, e trabalharem por um novo pacto --uma questão que está no cerne das tensões crescentes entre Washington e Teerã. A República Islâmica rejeitou novas conversas.

Não houve reação imediata das autoridades iranianas aos comentários de Trump. A agência de notícias semioficial Fars descreveu as colocações do presidente norte-americano como um "grande recuo das ameaças".

Fontes de governos europeus e dos EUA familiarizadas com avaliações de inteligência disseram acreditar que o Irã pode ter procurado deliberadamente evitar baixas militares dos Estados Unidos nos às bases no Iraque.

Mas o porta-voz do Exército iraniano negou "reportagens da mídia estrangeira" que deram a entender que existiu algum tipo de coordenação entre o Irã e os EUA antes do ataque para permitir que as bases fossem esvaziadas, noticiou a Fars.

A televisão estatal disse que o Irã lançou 15 mísseis balísticos de seu território contra alvos norte-americanos no vizinho Iraque. Os alvos foram a base aérea de Al-Asad e uma instalação de Erbil, disse o Pentágono.

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