Trump exige que Putin acabe com a 'ridícula' guerra na Ucrânia ou enfrente novas sanções
Presidente americano afirmou que países em conflito devem chegar a um 'acordo' e ameaçou a Rússia com tarifas sobre produtos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diz na quarta-feira (22/01) que a Rússia enfrentará "altos níveis de taxas, tarifas e sanções" se o presidente Vladimir Putin não acabar com a guerra na Ucrânia.
Trump começa a publicação, em sua plataforma Truth Social, expressando seu "amor" pelo povo russo e seu "bom relacionamento" com Putin, e então emite um aviso direto para "PARAR esta guerra ridícula!"
"SÓ VAI PIORAR. Se não fizermos um 'acordo', e logo, não tenho outra escolha a não ser impor altos níveis de taxas, tarifas e sanções em qualquer coisa que esteja sendo vendida pela Rússia aos Estados Unidos e vários outros países."
"É hora de 'FAZER UM ACORDO'. VIDAS NÃO DEVEM MAIS SER PERDIDAS", Trump acrescenta em trecho do texto escrito em letras maiúsculas.
A Rússia já é o país sob o maior volume de sanções no mundo, e há muito poucas entidades ou setores-chave que ainda não estão sujeitos às restrições dos Estados Unidos e da Europa.
Acabar com a guerra 'em um dia'
Os bancos russos e as empresas militares-industriais se adaptaram e desenvolveram soluções alternativas para escapar das sanções existentes.
"Vamos acabar com essa guerra, que nunca teria começado se eu fosse presidente! Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil - e o jeito fácil é sempre melhor", concluiu o presidente americano em sua publicação.
Durante sua campanha, Trump disse repetidamente que poderia acabar com a guerra "em um dia", mas nunca elaborou como isso poderia acontecer.
Putin parabenizou Donald Trump por sua vitória eleitoral, afirmando que o republicano é um "homem corajoso".
Em um evento na cidade russa de Sochi, o presidente russo disse que Trump foi "perseguido por todos os lados" durante seu primeiro mandato na Casa Branca.
Putin também disse que a alegação de Trump de que ele pode ajudar a acabar com a guerra na Ucrânia "merece atenção, pelo menos".
O Kremlin foi amplamente acusado de interferir na eleição presidencial de 2016 para impulsionar a campanha de Donald Trump contra Hilary Clinton - alegações que foram rejeitadas por Moscou.
Em novembro, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que teve uma "conversa muito calorosa" e "produtiva" com o então presidente eleito Trump.
"Mas temos que fazer de tudo para garantir que os resultados da nossa interação entre a Ucrânia e a América, toda a Europa e a América, sejam produtivos e positivos", acrescentou.
Muitos na Ucrânia e na Europa estão preocupados que Trump possa desacelerar, se não interromper, o fluxo de ajuda militar americana para Kiev ao assumir o poder em janeiro.
Em 21 de dezembro, foi noticiado que Trump continuaria a fornecer ajuda militar à Ucrânia, mas exigiria que os membros da Otan aumentassem drasticamente seus gastos com defesa.
Os aliados de Kiev também continuaram a aumentar as sanções contra Moscou, na esperança de que a economia russa dos tempos de guerra, que se mostrou obstinadamente resistente, possa finalmente quebrar.
"Houve uma profunda frustração pelo fato de as sanções não terem simplesmente destruído a economia russa de forma irreparável", disse uma fonte do Congresso dos EUA, sob condição de anonimato.
Depois de várias rodadas de sanções (quinze somente da UE), os funcionários do governo ficaram cautelosos quanto à previsão de seu impacto bem-sucedido.
Mas os indicadores recentes são cada vez mais alarmantes para o Kremlin. Com taxas de juros de 23%, inflação acima de 9%, queda do rublo e expectativa de desaceleração drástica do crescimento em 2025, as pressões sobre a economia russa raramente pareceram mais agudas.