Trump perdoa 1,5 mil acusados por invasão ao Capitólio em 2021
Decisão de novo líder dos EUA foi criticada por Nancy Pelosi
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na noite da última segunda-feira (20) uma ordem executiva para perdoar cerca de 1,5 mil manifestantes acusados pela invasão ao Capitólio em 2021 e comutar as sentenças de outros seis.
Considerado um dos símbolos de Washington, o Capitólio foi invadido, em 6 de janeiro de 2021, por uma multidão de apoiadores do republicano que não aceitavam a derrota do ex-presidente na disputa contra Joe Biden nas eleições de 2020.
Posteriormente, centenas de pessoas foram criminalmente acusadas pela tentativa de insurreição, que deixou cinco mortos. Os agressores condenados foram detidos em uma prisão em Washington.
Ontem, Trump assinou a ordem executiva no Salão Oval para perdoar todos esses manifestantes. "Esperamos que eles saiam esta noite", afirmou o presidente norte-americano.
Entre os agraciados pelo magnata está Enrique Tarrio, ex-líder do grupo de extrema direita Proud Boys, condenado a 22 anos de prisão após ser considerado culpado de conspiração sediciosa após o ataque ao Capitólio.
O extremista foi preso em Washington dias antes do motim por queimar uma faixa do movimento "Black Lives Matter" afixada em uma igreja na capital e por ser encontrado em posse de carregadores de rifle de alta capacidade.
Na ocasião, um juiz afirmou que, apesar de não ter participado da insurreição, o líder dos Proud Boys "teve um enorme impacto nos acontecimentos do dia".
Após o perdão, a ex-presidente da Câmara de Representantes dos EUA Nancy Pelosi atacou Trump, enfatizando que "é uma pena" ele ter tomado esta decisão, além de ser um "insulto" à justiça.
"As ações do presidente são um insulto ultrajante ao nosso sistema de justiça e aos heróis que sofreram violência física e trauma emocional enquanto protegiam o Capitólio, o Congresso e a Constituição", escreveu ela em seu perfil no X.
Segundo Pelosi, "é vergonhoso que o presidente tenha decidido fazer do abandono e da traição aos agentes policiais que colocam as suas vidas em risco uma das suas principais prioridades".
"Apesar da decisão, devemos sempre lembrar-nos da extraordinária coragem e valor dos heróis responsáveis pela aplicação da lei que se levantaram e garantiram a sobrevivência da democracia naquele dia negro", concluiu a ex-presidente da Câmara dos EUA.
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