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Trump promete salvar EUA de "declínio" e uma rápida repressão à imigração

20 jan 2025 - 14h12
(atualizado às 20h45)
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Encorajado, Donald Trump declarou que "o declínio dos Estados Unidos acabou" ao recuperar a Presidência nesta segunda-feira, prometendo reprimir a imigração ilegal e colocando-se como um salvador escolhido por Deus para resgatar uma nação titubeante.

"Para os cidadãos norte-americanos, 20 de janeiro de 2025 é o Dia da Libertação", disse Trump, de 78 anos, dentro da Rotunda do Capitólio dos EUA, o símbolo da democracia norte-americana invadido em 6 de janeiro de 2021 por uma multidão de apoiadores do republicano com a intenção de reverter sua derrota nas eleições de 2020 para Joe Biden.

Trump é o primeiro presidente em mais de um século a conseguir um segundo mandato depois de perder a reeleição e o primeiro criminoso condenado a ocupar a Casa Branca.

"Fui salvo por Deus para tornar a América grande novamente", disse Trump nesta segunda-feira, referindo-se à bala que atingiu sua orelha em julho.

Trump delineou uma série de decretos abrangentes que planeja assinar imediatamente para restringir a imigração, aumentar a produção de combustíveis fósseis e reverter regulamentações ambientais, primeiros passos para a promulgação de uma agenda ampla que deve remodelar o governo e testar os limites da autoridade presidencial.

O presidente recém-empossado anunciou que vai declarar emergência nacional na fronteira sul com o México, enviar tropas para o local e retomar uma política que força imigrantes em busca de asilo a esperar no México por suas audiências nos tribunais dos EUA -- tudo um prelúdio para o que descreveu como uma operação sem precedentes para deportar milhões de imigrantes.

"Todas as entradas ilegais serão imediatamente interrompidas e iniciaremos o processo de devolução de milhões e milhões de estrangeiros criminosos de volta aos lugares de onde vieram", disse, enquanto seus colegas republicanos aplaudiam.

Logo após a posse, autoridades de fronteira dos EUA anunciaram o encerramento de programa de Biden que permitia a entrada legal de centenas de milhares de imigrantes nos EUA agendando um horário em um aplicativo. Os agendamentos existentes foram cancelados.

O discurso de meia hora do republicano ecoou alguns dos temas abordados por ele em sua primeira posse, em 2017, quando falou sobre a "carnificina norte-americana" que afirmou ter devastado o país.

Embora Trump tenha procurado se apresentar como um pacificador e unificador, seu discurso foi diversas vezes fortemente partidário. Ele repetiu falsas alegações de sua campanha de que outros países estavam esvaziando suas prisões nos Estados Unidos e expressou queixas familiares e infundadas sobre seus processos criminais.

Com Biden sentado próximo a ele exibindo um sorriso educado, Trump fez acusações contundentes contra as políticas do antecessor, da imigração às relações exteriores.

"Temos um governo que concedeu financiamento ilimitado para a defesa de fronteiras estrangeiras, mas se recusa a defender as fronteiras norte-americanas ou, o que é mais importante, seu próprio povo", disse Trump.

Diversos executivos da área de tecnologia que tentam obter favores do novo governo -- incluindo três dos homens mais ricos do mundo, Elon Musk, presidente-executivo da Tesla e da SpaceX, Jeff Bezos, presidente-executivo da Amazon, e Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta -- tiveram assentos de destaque na cerimônia, ao lado de indicados para o gabinete e membros da família de Trump.

RETORNO AO PODER

Trump fez o juramento de posse para "preservar, proteger e defender" a Constituição dos EUA às 12h01, horário da costa leste (14h01 em Brasília) no Capitólio dos EUA, administrado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts. Seu vice-presidente, JD Vance, prestou juramento pouco antes.

Kamala Harris, que deixa o cargo de vice-presidente e foi derrotada por Trump em novembro do ano passado, estava sentada ao lado de Biden em uma seção com os ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton. A ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, que perdeu para Trump em 2016, chegou com seu marido Bill, mas a esposa de Obama, Michelle, preferiu não comparecer.

Trump não compareceu à posse de Biden e continuou a alegar falsamente que a eleição de 2020, que ele perdeu para o democrata, foi fraudada.

Em um de seus últimos atos oficiais, Biden perdoou várias pessoas que Trump ameaçou com retaliação, caso do ex-conselheiro médico chefe da Casa Branca, Anthony Fauci, a ex-parlamentar republicana dos EUA, Liz Cheney, e o ex-presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley. Ele também perdoou cinco membros da sua família minutos antes de deixar o cargo, citando o temor de que Trump os tivesse como alvos.

Trump apontou que assume o cargo no Dia de Martin Luther King Jr. e disse que vai trabalhar para honrar o legado do líder dos direitos civis. Ao mesmo tempo, afirmou que emitirá decretos para eliminar programas federais de diversidade e exigir que o governo reconheça apenas os gêneros designados no nascimento.

"A partir de hoje, a política oficial do governo dos Estados Unidos será a de que existem apenas dois gêneros, masculino e feminino", disse Trump, enquanto a deputada democrata Sarah McBride, primeira pessoa transgênero a servir no Congresso, sorria discretamente na plateia.

Trump não aplicará imediatamente novas tarifas sobre Canadá, China e México, como prometeu fazer, segundo uma autoridade de Trump, decisão inesperada que desencadeou uma ampla queda no dólar norte-americano e uma recuperação dos mercados de ações globais em um dia em que os mercados financeiros dos EUA estavam fechados.

FORÇA DISRUPTIVA

Como em 2017, Trump entra no cargo como uma força disruptiva, prometendo deixar Washington de cabeça para baixo e expressando profundo ceticismo com as alianças lideradas pelos EUA que moldaram a política global pós-Segunda Guerra Mundial.

Ele retorna à Casa Branca mais livre do que nunca, após vencer por pouco o voto popular nacional sobre Kamala, graças a uma onda de frustração dos eleitores com a persistente inflação.

Trump, que ultrapassou Biden como o presidente mais velho a tomar posse, é apoiado por maiorias republicanas nas duas casas do Congresso. Seus assessores delinearam planos para substituir burocratas apartidários por lealistas escolhidos a dedo.

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