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Trump queria colocar 10 mil soldados em Washington

7 jun 2020 - 13h26
(atualizado às 13h50)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou aos seus conselheiros em certo momento da semana passada que queria colocar 10 mil soldados na região da capital Washington para interromper a agitação civil motivada pelo assassinato de um negro por um policial branco em Minneapolis no final de maio.

Presidente dos EUA, Donald Trump, participa de evento nos EUA em 5 de junho.
REUTERS/Tom Brenner
Presidente dos EUA, Donald Trump, participa de evento nos EUA em 5 de junho. REUTERS/Tom Brenner
Foto: Reuters

Segundo uma um oficial sênior dos EUA, a exigência de Trump ocorreu durante discussões acaloradas no Salão Oval, na segunda-feira, e mostra o quão perto o presidente norte-americano esteve de cumprir ameaça de deslocar soldados para a capital do país, apesar da oposição da liderança do Pentágono.

Na reunião, o secretário de Defesa, Mark Esper, o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Mark Milley, e o procurador-geral, William Barr, foram contra o deslocamento, disse o oficial, que pediu para não ser identificado. A reunião foi "tensa", acrescentou o oficial.

A Casa Branca não respondeu imediatamente ao pedido por um comentário.

Desde então, Trump pareceu satisfeito com o deslocamento da Guarda Nacional, a opção recomendada pelo Pentágono e uma maneira mais tradicional de lidar com crises domésticas. Os líderes do Pentágono ligaram para governadores pedindo que tropas da Guarda Nacional fossem enviadas a Washington. Mais forças policiais federais também foram mobilizados.

Mas também parece ter sido chave para Trump a medida de Esper de posicionar - mas não deslocar - soldados da ativa da 82ª divisão aérea e de outras unidades da área de Washington, caso elas fossem necessárias. Essas tropas, desde então, já partiram.

"Ter soldados ativos disponíveis, mas não na cidade, foi o bastante para o presidente no momento", disse o oficial.

A tentativa de Trump de militarizar a resposta dos EUA aos protestos motivou uma rara condenação de ex-oficiais militares dos EUA, incluindo o primeiro secretário da Defesa de Trump, Jim Mattis, e aposentado general quatro estrelas que normalmente fica longe da política.

Esses comentários refletem uma profunda inquietação dentro e fora do Pentágono com a inclinação de Trump de colocar o exército dos EUA para resolver uma crise doméstica disparada por tensão racial. A crise foi gerada depois que George Floyd, 46, foi assassinado em 25 de maio quando um policial branco de Minneapolis ficou ajoelhado sobre seu pescoço durante quase nove minutos. Imagens mostram que o policial não se importou com os apelos de Floyd pela vida ou gritos de pessoas alertando que ele estava matando Floyd.

A morte de Floyd levou a uma onda de protestos e reflexões nacionais sobre o legado de violência e maus tratos a americanos negros e outras minorias.

Também levou a líderes negros do Pentágono a emitirem comunicados sem precedentes sobre suas experiências com assuntos raciais no exército americano.

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