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Trump queria congelar auxílio à Ucrânia até receber ajuda em investigação sobre rivais, diz NYT

27 jan 2020 - 08h59
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse em agosto a um então aliado de primeiro escalão que queria congelar o auxílio de segurança à Ucrânia até que as autoridades do país europeu ajudassem nas investigações de democratas, incluindo o ex-vice-presidente Joe Biden, informou o New York Times no domingo.

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
24/01/2020
REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 24/01/2020 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

A declaração de Trump foi descrita em um manuscrito não divulgado pelo ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca John Bolton, disse o Times em reportagem que pode aumentar a pressão sobre os republicanos para convocar Bolton como testemunha no julgamento de impeachment de Trump no Senado.

A reportagem, que não citou diretamente o manuscrito, mas várias pessoas que descrevem o relato de Bolton, pode minar um elemento-chave da defesa de Trump: que não houve contrapartida quando ele pediu ao presidente ucraniano, Volodomyr Zelenskiy, durante um telefonema em julho, para investigar Biden e seu filho Hunter Biden.

Biden é um dos principais candidatos à nomeação democrata para enfrentar Trump nas eleições de 3 de novembro. Seu filho trabalhou para uma empresa de energia ucraniana enquanto Biden era vice-presidente.

Em um comunicado, um advogado de Bolton sugeriu que a descrição do Times é precisa e disse que havia submetido o manuscrito de Bolton ao Conselho de Segurança Nacional em 30 de dezembro -- uma revisão de segurança padrão para informações confidenciais.

"Está claro, lamentavelmente, com a reportagem do The New York Times publicada hoje, que o processo de revisão de pré-publicação foi corrompido e que as informações foram divulgadas por pessoas que não estavam envolvidas na revisão do manuscrito", disse o advogado Charles Cooper.

A reportagem gerou demandas de democratas para a convocação de Bolton como testemunha pelo Senado, que está conduzindo um julgamento sobre a destituição de Trump do cargo após aprovação de impeachment em 18 de dezembro pela Câmara dos Deputados. O Senado é controlado pelos republicanos.

Os democratas precisam conquistar pelo menos quatro republicanos do Senado para aprovar a convocação de testemunhas. Bolton disse neste mês que estava disposto a depor no julgamento se uma intimação do Senado fosse emitida.

De acordo com a programação no Senado, os advogados de Trump irão, nesta segunda-feira, retomar sua defesa no julgamento de impeachment decorrente das negociações do presidente com a Ucrânia. Uma votação final sobre a convocação de testemunhas pode ocorrer mais para o final da semana.

Trump nega irregularidades e considera o processo de impeachment uma farsa.

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