Trump sugere que Liz Cheney deveria ter "treinamento de armas com a sua cara"
O ex-presidente e candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a ex-parlamentar Liz Cheney de "uma radical doida por guerras" e sugeriu que ela mesma deveria passar por combates com armas apontadas contra ela, atraindo a condenação de críticos segundo quem seus comentários indicariam que ele perseguir seus inimigos políticos caso seja eleito para a Casa Branca.
Trump, que enfrentará a vice-presidente e democrata Kamala Harris na eleição de terça-feira, referiu-se a Cheney na quinta como "um ser muito burro" e disse que ela e seu pai, o ex-vice-presidente Dick Cheney, recusaram-se a apoiá-lo em sua terceira eleição para a Presidência.
"Ela é uma radical doida por guerras. Vamos colocá-la com um rifle ali com nove canos atirando nela, ok? Vamos ver como ela se sente. Você sabe, aquela hora que as armas são apontadas para a cara dela", afirmou Trump a apoiadores em evento com o ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson, no Estado do Arizona.
Trump tem prometido repetidamente investigar ou acusar criminalmente seus rivais políticos, incluindo Cheney. As ameaças também estão sendo direcionadas a trabalhadores do sistema eleitoral, jornalistas e norte-americanos de esquerda, entre outras pessoas. Ele disse que o Exército pode ser usado contra o que chama de "lunáticos radicais da esquerda", caso haja conflitos no dia da eleição.
Uma das republicanas mais importantes a baterem de frente com Trump, Cheney declarou seu apoio a Kamala para a eleição de 5 de novembro, dizendo que atravessou as linhas partidárias para colocar o país à frente da política e chamando o republicano de "perigoso".
"É assim que ditadores destroem nações livres. Eles ameaçam com a morte aqueles que os criticam. Não podemos confiar o nosso país e a nossa liberdade a um homem mesquinho, vingativo, cruel e instável, que deseja ser um tirano", respondeu Liz Cheney em postagem na rede social X nesta sexta-feira, com a hashtag "#Womenwillnotbesilenced" (as mulheres não serão silenciadas).
A porta-voz do republicano, Karoline Leavitt, disse que "o presidente Trump está 100% correto ao dizer que belicistas como Liz Cheney são muito ágeis em iniciar guerras e mandar outros norte-americanos para lutá-las em vez de irem eles mesmos para o combate. Essa situação é a mais recente indignação da mídia fake dias antes da eleição, em uma flagrante tentativa de interferir em nome de Kamala Harris".
Liz Cheney, que já foi uma das principais parlamentares da Câmara dos Deputados, perdeu seu assento no Congresso após apoiar o segundo impeachment de Trump por conta de seu papel em 6 de janeiro de 2021, quando seus apoiadores atacaram o Capitólio. Ela também liderou a investigação sobre o ataque.
Liz Cheney tem feito, desde então, campanha com Kamala, que precisa atrair votos de republicanos e independentes — principalmente em sete Estados decisivos — para vencer.
Democratas criticaram duramente Dick Cheney por sua enfática defesa da Guerra do Iraque, no governo do ex-presidente George W. Bush, mas o saudaram calorosamente em uma celebração do Congresso um ano após o 6 de janeiro.
Bush não planeja apoiar quaisquer candidatos publicamente.