Tudo o que se sabe sobre o acidente aéreo na China até agora
Boeing 737-800 caiu no sul do país com 132 pessoas a bordo; não há sobreviventes
A notícia e, principalmente, as imagens de um acidente aéreo na China chocaram autoridades do país e levantaram muitas questões sobre o que causou a queda do Boeing 737-800 no sul do país na segunda-feira, 21.
O registro da aeronave caindo de bico em uma região de mata em Guangxi impressiona e gera ainda mais dúvidas. Enquanto as investigações ainda estão em curso, veja o que sabe – até agora – sobre a tragédia.
São quantas vítimas?
O avião da Boeing, modelo 737-800 (não confundir com o 737 MAX), da China Eastern Airlines levava 123 passageiros de Kunming até Guangzhou. Além disso, nove tripulantes trabalhavam na aeronave. Ao todo, 132 pessoas estavam a bordo do voo MU573.
Há sobreviventes?
Oficialmente, não há um número confirmado de mortos, mas as autoridades chinesas já descartaram encontrar sobreviventes devido às condições com as quais a aeronave foi encontrada no local da queda.
Havia estrangeiros?
Não. A companhia aérea informou que todos os passageiros e tripulantes do voo são de nacionalidade chinesa.
O que aconteceu?
As investigações ainda estão acontecendo e não se sabe o que causou o acidente. O avião deixou Kunming às 13h10 pelo horário local e deveria pousar em Guangzhou às 15h05. Embora o tempo estivesse nublado na hora do acidente, a visibilidade de voo era considerada boa. Sites monitoramento de voo mostram que, após pouco mais de uma hora, a aeronave já se aproximava ao destino final quando começou a cair.
As informações, até o momento, são com relação à trajetória que a aeronave fez até a queda. O Boeing despencou 26 mil pés (algo em torno de 8 mil metros) em apenas três minutos. Uma câmera de segurança de uma mineradora registrou também que o avião fez um mergulho vertical, caindo de bico na região de mata.
Já o site FlightRadar24, que faz monitoramento de todos os voos em tempo real, registrou a queda abrupta do Boeing, que caiu de 8.870 metros para 2.766 metros em cerca de dois minutos e, menos de um minuto depois, para apenas 900 metros do chão.
Flightradar24 data for China Eastern Airlines flight #MU5735 from Kunming to Guangzhou.
At 06:20:59 UTC the Boeing 737-800 aircraft started to lose altitude very fast. At 06:22:35 UTC last ADS-B signal showed vertical speed -31.000 feet per minute.https://t.co/Lwo8klGf8g pic.twitter.com/UEZaa9asua
— Flightradar24 (@flightradar24) March 21, 2022
Quedas verticais não são comuns em acidente aéreos. Além disso, ocorrências do tipo costumam a acontecer no momento da decolagem ou do pouso, raramente durante o voo. Jean-Paul Troadec, ex-diretor do Escritório de Investigação e Análises de Segurança Aérea da França, disse à AFP que os dados envolvendo esse acidente “são muito incomuns”.
Histórico
O modelo Boeing 737-800 é tipo como um dos mais seguros da aviação civil. A aeronave envolvida no acidente operava há seis anos, com um bom histórico dos parâmetros de segurança.
Além disso, a aviação chinesa também é um sinônimo de segurança, tanto que um acidente aéreo desse porte não era registrado no país desde 1994, quando uma aeronave da China Northwest Airlines caiu, matando 160 pessoas.
É importante não confundir o modelo Boeing da tragédia com o 737 MAX, versão mais moderna da empresa, mas que está suspensa desde que dois voos - 2018 na Indonésia e 2019 na Etiópia – sofreram acidentes. A China é um dos países que proibiu viagens no 737 MAX.
Consequências
Além da comoção mundial e, claro, na China, o acidente aéreo será alvo de uma investigação de autoridades chinesas e também da Boeing para determinar as causas do acidente. A China Eastern Airlines decidiu, ainda, suspender todos os voos com o 737-800.