Tufão Yagi devasta Sudeste Asiático e deixa 276 mortos
A tempestade passou pelas Filipinas, China, Vietnã, Laos, Tailândia e Mianmar, deixando um rastro de destruição em sua passagem
O tufão Yagi, que começou no início da semana passada, causou uma tragédia no Sudeste Asiático, contabilizando 276 mortes nesta quinta-feira, 12. A tempestade passou pelas Filipinas, China, Vietnã, Laos, Tailândia e Mianmar, deixando um rastro de destruição em sua passagem.
O Vietnã foi o país mais afetado, com 226 mortes confirmadas e centenas de desaparecidos. A tempestade trouxe ventos devastadores e inundações que paralisaram a região. Muitas áreas foram deixadas sem energia elétrica e estruturas importantes foram destruídas.
Impactos do tufão Yagi no Vietnã
A região norte do Vietnã, especialmente, sofreu grandemente com o tufão Yagi. Ventos de até 149 km/h arrancaram telhados, destruíram pontes e danificaram fábricas. Mais de 104 pessoas ainda estão desaparecidas, e temores de que o número de mortos aumente são altos.
Segundo dados da Unicef, mais de 140 mil casas foram destruídas pelas enchentes e deslizamentos de terra. Hanói, a capital, e seus arredores foram duramente atingidos, afetando mais de 15 mil habitantes. Na província montanhosa de Lao Cai, um deslizamento devastou uma aldeia inteira, resultando em 46 mortos, 17 feridos e 55 desaparecidos.
Além disso, os danos não se limitaram às áreas residenciais. O Ministério da Agricultura vietnamita informou que o tufão destruiu mais de 250 mil hectares de áreas cultivadas. No setor pecuário, 1,5 milhão de aves e 2.500 porcos, búfalos e vacas foram perdidos, agravando a crise alimentar no país.
Outros países atingidos
O tufão Yagi também causou estragos em outros países do Sudeste Asiático. Em Mianmar, 17 corpos foram encontrados em bairros inundados na região de Mandalay. As condições foram mais severas nas proximidades de Naypyidaw e Taungu. O governo montou 50 acampamentos para os desabrigados.
Na Tailândia, 9 mortes foram confirmadas, seis delas em deslizamentos na província de Chiang Mai. Já o distrito de Mae Sai, próximo à fronteira com Mianmar, sofreu uma das piores enchentes dos últimos 80 anos. Ainda, a China e as Filipinas também relataram danos, com várias mortes e feridos.
Como a crise climática influencia?
Estudos recentes indicam que tufões estão se formando mais próximos da costa e se intensificando rapidamente devido à crise climática. O tufão Shanshan, que atingiu o Japão recentemente, é um exemplo de eventos climáticos extremos que estão se tornando mais comuns.
Pesquisas da Organização Meteorológica Mundial (OMM) mostram que a frequência de eventos climáticos extremos como enchentes, tempestades e deslizamentos de terra mais do que triplicou nos últimos 50 anos por causa do aquecimento global. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que a ação humana é parcialmente responsável por essas mudanças.
Com a intensificação dos tufões, a necessidade de medidas de adaptação e mitigação se torna crucial. Países do Sudeste Asiático devem trabalhar juntos e com a comunidade internacional para desenvolver estratégias eficazes contra futuros desastres climáticos.
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