Tumulto em festival religioso de Israel deixa 45 mortos
Ao menos 45 pessoas morreram esmagadas na madrugada local desta sexta-feira em Israel em um festival religioso superlotado, e espectadores descreveram cenas de caos nas quais outros morreram diante de seus olhos.
Mais de 100 pessoas ficaram feridas no local em que dezenas de milhares se reuniram, a tumba do sábio do século 2 Rabbi Shim Bar Yochai na Galileia, para as comemorações anuais do Lag B'Omer, que incluem orações, canções místicas e dança ao longo de toda a noite.
Testemunhas disseram que pessoas foram asfixiadas ou pisoteadas em um passadiço de cerca de três metros de largura, algumas despercebidas até o sistema de som emitir um apelo para que se dispersassem. Multidões tomaram o declive do Monte Meron, desafiando os alertas de distanciamento social contra o coronavírus.
Médicos disseram que houve uma disparada no setor masculino do festival separado por gênero. Há crianças entre as vítimas.
Alguns dos mortos ainda não foram identificados, e familiares de participantes do festival que ainda estão desaparecidos ligaram para estações de rádio pedindo ajuda para encontrá-los.
"Íamos entrar para as danças e etc, e de repente vimos paramédicos do (serviço de ambulância) MDA passarem correndo", disse Shlomo Katz, de 36 anos, à Reuters. Depois ele viu ambulâncias saindo "uma atrás da outra".
Vídeos publicados em redes sociais mostraram homens ultraortodoxos escalando desesperadamente por fendas em chapas de ferro para escapar do esmagamento. Corpos jaziam em macas em um corredor cobertos por mantas de papel alumínio.
Um homem ferido em um leito de hospital descreveu aos repórteres como o esmagamento começou quando uma fila de pessoas diante da multidão crescente simplesmente tombou.
"Uma pirâmide de um em cima do outro se formou. As pessoas se empilharam uma em cima da outra. Eu estava na segunda fileira. As pessoas na primeira fileira eu vi morrerem diante dos meus olhos", contou.
Pessoas que passaram a noite no local questionaram como a situação saiu de controle tão rapidamente, mas há anos existem preocupações a respeito dos riscos de segurança do evento anual.
Líderes religiosos pediram uma investigação. O Ministério da Justiça disse que investigadores analisarão se houve alguma má conduta da polícia ligada à tragédia.