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Ucrânia exige reunião com a Rússia em até 48 horas

Kiev convocou reunião com Moscou e países da OSCE após não receber resposta do Kremlin sobre motivo da concentração de militares russos

13 fev 2022 - 19h43
(atualizado às 19h59)
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Rússia inicia exercícios militares nesta quinta-feira
Rússia inicia exercícios militares nesta quinta-feira
Foto: EYEPRESS via Reuters Connect

O governo da Ucrânia exigiu neste domingo, 13, uma reunião nas próximas 48 horas com a Rússia e todos os países participantes do Documento de Viena da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). O motivo foi que Moscou ignorou o ultimato de Kiev feito na sexta-feira, 11, para responder em detalhes sobre suas atividades militares perto da fronteira com a Ucrânia. O prazo para resposta era este domingo.

"Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada", afirmou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, pelo Twitter..

Na sexta-feira, a Ucrânia apelou ao Documento de Viena para exigir que a Rússia fornecesse explicações detalhadas sobre suas atividades militares perto da fronteira ucraniana, onde concentrou mais de 100.000 soldados, além de armamentos pesados.

Rússia e Belarus também realizaram manobras conjuntas em território belarusso, a poucos quilômetros de Kiev, até o próximo dia 20 de fevereiro. Além disso, na última quinta-feira, a Rússia também iniciou manobras navais no Mar Negro.

O que é o Documento de Viena

O Documento de Viena de 2011 sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança é obrigatório e tem que ser cumprido por todos os membros da OSCE.

O chefe da diplomacia ucraniana lembrou que, segundo este documento, a Rússia "deve informar sobre as áreas exatas de sua atividade militar, anunciar as datas do fim das manobras" e outros dados como o número de unidades militares participantes, o tipo de armas e do equipamento militar utilizado.

As tensões entre Kiev e Moscou aumentaram desde o final do do ano passado, depois que a Rússia estacionou mais de 100.000 soldados perto da fronteira ucraniana, lançando sinais de alerta na Ucrânia e no Ocidente, que denunciaram os preparativos para uma invasão, como a que anexou a Crimeia, em 2014.

A Rússia nega que esteja planejando um ataque, mas exige que a Otan nunca aceita que a Ucrânia faça parte da Aliança Atlântica, entre outras coisas.

Apesar de todos os esforços diplomáticos de várias países do Ocidente, entre eles Alemanha, Estados Unidos e França, uma desescalada no conflito não foi alcançada até agora.

A Rússia alega que tem o direito soberano de estacionar tropas em qualquer lugar de seu território e, por sua vez, denuncia o fornecimento maciço de armas à Ucrânia pelo Ocidente.

le (Lusa, EFE)

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