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Ucrânia pressiona para se tornar membro da Otan, mas aliados evitam convite

3 dez 2024 - 19h18
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A Ucrânia declarou que não se contentaria com nada menos do que a adesão à Otan para garantir sua segurança futura, com a aliança contornando, em uma reunião de ministros das Relações Exteriores nesta terça-feira, o pedido de Kiev por um convite imediato.

Em uma carta aos seus homólogos da Otan antes da reunião, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse que um convite eliminaria um dos principais argumentos da Rússia para travar sua guerra: impedir que a Ucrânia se junte à aliança.

Embora a Otan tenha declarado que o caminho da Ucrânia para a adesão é "irreversível", a aliança não definiu uma data ou emitiu um convite. Diplomatas disseram que atualmente não há consenso entre seus 32 membros para fazer isso.

Alguns países estão esperando para decidir sua posição até que conheçam a do novo governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, segundo as autoridades. Os EUA são a potência predominante da Otan.

Após as conversas entre Sybiha e os ministros da Otan durante jantar na sede da aliança em Bruxelas, o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, disse a repórteres que não houve "nenhum progresso" na questão da adesão.

O ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jan Lipavsky, disse que seu país faz parte de um grupo que vê o convite como "um passo necessário", mas acrescentou: "Não acho que haja... acordo sobre isso".

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, cujo governo tem laços estreitos com a Rússia e que visitou Moscou nesta semana, afirmou que Budapeste continua se opondo à adesão da Ucrânia à Otan.

"Esse país está em guerra e um país em guerra não pode contribuir para a segurança da aliança", disse ele à Reuters.

Alguns analistas e diplomatas sugeriram que a Ucrânia poderia receber garantias de segurança de países ocidentais individualmente, em vez de uma garantia da Otan como um todo.

Keith Kellogg, um ex-general recentemente nomeado por Trump como seu enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, foi coautor de um artigo neste ano que defendia adiar a adesão da Ucrânia à Otan "por um período prolongado", em troca de um "acordo de paz com garantias de segurança".

Mas a Ucrânia insistiu que não aceitaria nada menos do que a Otan, citando sua experiência com um pacto de 30 anos atrás, no qual abriu mão de armas nucleares em troca de garantias de segurança de grandes potências que se mostraram inúteis.

Sybiha brandiu uma cópia desse acordo, conhecido como Memorando de Budapeste, ao chegar à Otan.

"Esse documento não conseguiu garantir a segurança ucraniana e a segurança transatlântica, portanto, devemos evitar (repetir) esses erros", disse.

AUXÍLIO MILITAR

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, disse que a aliança estava "construindo a ponte" para a adesão da Ucrânia, mas a questão mais urgente era fornecer a Kiev mais armas para repelir as forças russas, já que o presidente Vladimir Putin não está interessado na paz.

Ele disse que a reunião se concentraria em garantir que a Ucrânia estivesse em uma posição de força quando entrar em negociações de paz.

"E para chegar lá, é crucial que mais ajuda militar seja injetada na Ucrânia."

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