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Ucrânia vai exigir cessar-fogo imediato e retirada de tropas

Primeiro encontro diplomático após invasão russa na Ucrânia ocorre nesta segunda-feira, 28

28 fev 2022 - 09h03
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Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
Foto: Reuters

Após uma madrugada mais tranquila do que as anteriores, a Ucrânia se reúne com a Rússia na manhã desta segunda-feira, 28, pela primeira vez desde a invasão das tropas russas. O gabinete do presidente Volodmir Zelenski afirmou que o principal objetivo da negociação desta segunda-feira é o cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas do território ucraniano. A Rússia havia dito anteriormente que estava disposto a conversar, com a condição de que a Ucrânia "desmilitarizasse e desnazificasse".

Zelenski afirmou ao premiê britânico Boris Johnson que as próximas 24 horas serão cruciais para o país. Uma delegação ucraniana desembarcou durante a manhã desta segunda-feira (horário local) em Belarus para a reunião. Mais cedo, o presidente disse que não espera grandes resultados do encontro diplomático.

O encontro acontece horas depois da Rússia sofrer os primeiros impactos das sanções impostas pelos países do Ocidente e aliados de outras regiões, como os asiáticos Cingapura e Coreia do Sul. A moeda russa amanheceu nesta segunda-feira com uma queda de 30% com relação ao dólar - o que levou o Banco Central Russo a aumentar a taxa de juros de 9,5% para 20%.

Na Ucrânia, conflitos continuaram sendo registrados nas últimas horas, mas em uma intensidade menor. O comando militar ucraniano declarou nesta segunda-feira que as Forças Armadas do país interromperam o avanço das tropas russas. "Todas as tentativas das tropas de ocupação russas falharam para cumprir seus objetivos", disse o comandante-chefe do Exército da Ucrânia, Oleksandr Syrski.

Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que tomou as cidades de Berdianski e Enerhodar, além da planta nuclear de Zaporizhzhia, próximas a Mariupol, segundo a agência de notícias Interfax. A Rússia também reitera que domina o espaço aéreo ucraniano - o que é negado pelo país.

Segundo a CNN, autoridades da cidade de Kiev aproveitaram a madrugada mais calma para fortalecer as defesas. Elas também afirmaram ao canal norte-americano que as tropas permanecem a mais de 30 quilômetros de distância da capital ucraniana.

As maiores zonas de conflito da madrugada aconteceram em torno de Chernihiv e Kharviv, mas a Ucrânia garante que ambas permanecem sob o seu controle. Na cidade de Mariupol, autoridades locais afirmaram que houve conflito durante toda a madrugada desta segunda.

Até a madrugada deste domingo, o Ministério do Interior da Ucrânia confirmou 352 civis mortos. A informação diverge da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou 94 mortes.

Ucrânia aceitou encontro depois da Rússia pôr forças nucleares em alerta

A reunião entre as delegações da Rússia e da Ucrânia ocorre depois do presidente russo Vladimir Putin colocar as forças nucleares da Rússia em alerta máximo.

Na prática, a medida coloca as armas nucleares da Rússia em prontidão de lançamento, aumentando os temores de que a invasão possa se transformar numa guerra nuclear. Até o momento, no entanto, não há indicativos de que Putin tenha planos concretos de utilizá-las.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, chamou a decisão de Putin de irresponsável. "É uma retórica perigosa que, combinada com o que ele está fazendo na Ucrânia, amplia a gravidade da situação", disse Stoltenberg à CNN.

Horas depois de aceitar o encontro, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse ter dúvidas sobre a boa vontade russa para negociações. "Vamos conversar para que nenhum cidadão ucraniano ache que não agi para parar essa guerra quando tive uma chance, por menor que essa chance seja", declarou. /Com agências internacionais

Estadão
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