UE aplica primeiras sanções contra guerra híbrida da Rússia
Novo pacote de punições foi aprovado nesta segunda (16)
A União Europeia (UE) aprovou nesta segunda-feira (16) o 15º pacote de sanções contra a Rússia, em decorrência de sua guerra deflagrada contra a Ucrânia desde fevereiro de 2022.
As novas medidas atingem 54 indivíduos e 30 entidades responsáveis por "ações que ameaçam a integridade territorial, a soberania e a independência da Ucrânia", de acordo com a nota oficial.
As sanções também visam atingir os petroleiros de países terceiros que fazem parte da frota paralela do presidente russo, Vladimir Putin, a chamada "frota fantasma", que contorna o mecanismo de limite máximo do preço do petróleo ou que apoia o setor energético da Rússia, além das embarcações responsáveis pelo transporte de equipamento militar ou envolvidas no transporte de cereais ucranianos roubados.
Ao todo, existem 52 navios incluídos na lista. Fontes europeias também destacam que a frota é constituída por embarcações velhas e sem seguro, cujo mau estado tem alimentado o receio de um desastre ambiental iminente perto ou dentro das águas europeias.
As novas punições foram aprovadas durante reunião do conselho dos ministros das Relações Exteriores da UE, com o "objetivo de limitar ainda mais a capacidade da Rússia para travar a sua guerra de agressão ilegal, não provocada e injustificada contra a Ucrânia".
Segundo comunicado, "estas medidas se destinam a contornar as sanções da UE, visando a frota fantasma de Putin, e para enfraquecer o complexo militar e industrial da Rússia".
Em relação aos indivíduos e empresas, a UE sancionou a unidade militar responsável pelo ataque ao hospital pediátrico de Okhmadyt em Kiev, quadros superiores de empresas líderes no setor da energia, indivíduos responsáveis pela deportação, propaganda e retirada de crianças, bem como dois altos funcionários da Coreia do Norte, empresas russas do setor da defesa e de navegação, entre outras.
Pela primeira vez, o Conselho da UE decidiu impor medidas restritivas contra 16 indivíduos e três entidades em resposta às atividades desestabilizadoras da Rússia contra a UE, os seus Estados-membros e os seus parceiros.
As punições incluem a Unidade GRU 29155, uma unidade secreta da Agência Russa de Inteligência Militar (GRU), conhecida por seu envolvimento em assassinatos estrangeiros e atividades de desestabilização, como bombardeios e ataques cibernéticos em toda a Europa, e alguns de seus militares ativos na Ucrânia, Europa Ocidental e África.
Segundo comunicado, o "Groupe Panafricain pour le Commerce et l'Investissement", uma rede de desinformação que realiza operações de influência secreta pró-Rússia, em particular na República Centro-Africana e em Burkina Faso, e seu fundador, Harouna Douamba, também estão entre os sancionados.
Além disso, o Conselho puniu a "African Initiative", uma agência de notícias envolvida na difusão de propaganda e desinformação russa no continente africano, o seu editor-chefe e um funcionário do Serviço Federal de Segurança Russo (FSB) envolvido em campanhas coordenadas de desinformação, tanto na Europa como na África, Artem Kureev, bem como um alto oficial militar, que assumiu as operações do Grupo Wagner na África, após a morte de Yevgeny Prigozhin.
As sanções de hoje também dizem respeito a Vladimir Sergiyenko, antigo assistente parlamentar do deputado alemão do Bundestag, Eugen Schmidt, que colaborou ativamente com responsáveis dos serviços secretos russos, e a um empresário russo, Visa Mizaev, e à sua parceira de negócios e esposa, que desempenharam um papel fundamental em uma operação dos serviços secretos russos.
contra o Serviço Federal de Inteligência Alemão (BND), em que informações altamente confidenciais foram repassadas ao FSB.
Por fim, também são alvos os colaboradores do governo da Federação Russa na França: Alesya Miloradovich, um funcionário do governo russo, e Anatolii Prizenko, um empresário moldavo que coordenou o envio de vários cidadãos de seu país para França em outubro de 2023. .