UE fecha acordo político sobre investimentos com a China
Foram 7 anos de negociações entre Pequim e o bloco
A União Europeia e a China concluíram nesta quarta-feira (30) um acordo político sobre investimentos, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Foram sete anos de negociação até a finalização do documento.
"Esse acordo é de grande significado econômico e também vincula as partes a uma relação de investimento pautada nos princípios do desenvolvimento sustentável. Uma vez efetiva, o CAI [Acordo Abrangente de Investimento] ajudará a reequilibrar as relações comerciais e de investimento entre a UE e a China", diz o comunicado oficial do bloco.
Segundo o documento, Pequim se comprometeu a permitir "um acesso sem precedentes ao seu mercado" para investidores europeus e a dar um cenário de "certezas e previsibilidade" para as operações.
"O Acordo irá aumentar significativamente o 'level playing field' para os investidores da UE por deixar claras as obrigações das empresas estatais chinesas, proibindo a transferência forçada de tecnologia e outras práticas distorcidas, ampliando a transparência nos subsídios", pontua ainda.
Conforme a União Europeia, o acordo ainda determina o respeito às questões climáticas do Acordo de Paris sobre o Clima, que ambos os lados são signatários, e o respeito às questões dos direitos humanos, com a China tendo que aplicar e ratificar as convenções da Organização Internacional do Trabalho (ILO).
Por sua vez, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou que duas das "maiores potências, civilizações e mercados" do mundo "vão se unir para começar a dar andamento a um novo início em 2021".
De acordo com a repercussão da mídia chinesa, Xi afirmou que o entendimento desta quarta "demonstra a determinação e a confiança da China para se abrir em um nível elevado, fornecendo um amplo acesso ao mercado, um melhor contexto para empreender, maiores garantias institucionais e melhores perspectivas de cooperação bilateral".
Ao longo dos sete anos, as negociações tiveram altos e baixos, especialmente, porque os europeus exigiam condições justas de mercado e o respeito aos direitos humanos na China. Por outro lado, o acordo também é uma grande vitória do governo de Pequim em um momento de intensa briga internacional com os Estados Unidos. .