UE rejeita acusações de "nacionalismo da vacina"
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, rejeitou nesta terça-feira as acusações de "nacionalismo da vacina" feitas contra a União Europeia e disse que, embora o Reino Unido e os Estados Unidos tenham proibições explícitas de exportações de vacinas contra Covid-19, a UE não parou de exportar.
A UE é alvo de críticas em casa devido a uma distribuição de vacinas muito mais lenta do que a do Reino Unido, seu antigo membro, e dos EUA, e no exterior por fazer menos do que China, Rússia ou Índia para fornecer vacinas a países pobres por enquanto.
Na semana passada, o bloco aborreceu compradores de vacina estrangeiros ao apoiar uma decisão da Itália de suspender uma remessa para a Austrália.
Michel, que representa os líderes dos 27 países-membros da UE, delineou uma defesa da estratégia do bloco em um comunicado longo. Ele disse que, sem a Europa, não teria sido possível desenvolver e produzir várias vacinas em menos de um ano e que a solidariedade da UE ajudou países pobres a receberem primeiras doses.
Ele mirou o suprimento de vacinas "intensamente propagandeado" de China e Rússia a outros países.
"Não deveríamos nos deixar enganar por China e Rússia, ambas regimes com valores menos desejáveis do que os nossos, enquanto elas organizam operações altamente limitadas, mas intensamente propagandeadas, para fornecer vacinas a outros", disse, notando também que as duas potências vacinaram menos pessoas em casa do que a UE.
"A Europa não usará vacinas para propósitos de propaganda. Promovemos nossos valores."
Ele defendeu um sistema para controlar a exportação de doses produzidas em países do bloco, invocado pela Itália na semana passada para impedir uma remessa de vacinas da AstraZeneca à Austrália.
"Nosso objetivo: evitar que empresas das quais encomendamos e pré-financiamos doses as exportem para outros países avançados se não nos entregaram o que foi prometido", disse Michel. "A UE nunca parou de exportar."