UE se divide sobre ingresso dos Bálcãs, mas Otan acena à Macedônia
A União Europeia está dividida no que diz respeito a permitir conversas sobre a filiação da Albânia e da Macedônia, tendo em vista o aumento do sentimento anti-imigração no bloco, mas a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) está disposta a dar as boas-vindas aos macedônios.
Diante do grande apoio de outros governos da UE e da Comissão Europeia às conversas de filiação, Albânia e Macedônia esperam que os ministros europeus deem o sinal verde em uma reunião em Luxemburgo na terça-feira, o que abriria caminho para a aprovação de líderes de governos da UE em uma cúpula na quinta-feira.
Mas França e Holanda, com o apoio da Dinamarca, estão resistindo e podem exigir mais condições, como mais reformas para enfrentar a corrupção e o crime organizado na Albânia e na Macedônia, disseram autoridades do bloco.
Depois que a Macedônia e a Grécia resolveram uma disputa de décadas sobre o nome da primeira, que vinha bloqueando o processo de filiação à UE, as conversas iniciais seriam o passo mais claro até o momento nas tentativas do bloco de renovar sua expansão incluindo países dos Bálcãs, depois de anos negligenciando a região.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança liderada pelos Estados Unidos provavelmente aprovará as conversas de filiação com a Macedônia em uma cúpula em julho. A Albânia é membro da Otan, o que já mostrou ser uma plataforma para a filiação à UE.
"Espero e torço para que os chefes de Estado e governo concordem em iniciar as conversas de filiação", disse Stoltenberg ao chegar para uma reunião conjunta de ministros da Defesa e das Relações Exteriores da UE em Luxemburgo.
Ele disse que o acordo com a Grécia para mudar o nome de Antiga República Iugoslava da Macedônia para República da Macedônia do Norte foi "um acordo histórico que proporciona uma oportunidade histórica" para Escópia se filiar à Otan.
Em abril, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse ao Parlamento Europeu que não pode apoiar uma ampliação da UE antes de mais reformas internas no bloco, e diplomatas dizem que a posição francesa não mudou.
Outros afirmam que as preocupações com a imigração estão no cerne da questão.
Dois outros diplomatas e duas autoridades da UE disseram que o maior temor de Macron é que iniciar negociações com Albânia e Macedônia beneficie políticos de extrema-direita que estão ganhando apoio com apelos populistas para deter a imigração.