Um ano de invasão: a cronologia da guerra na Ucrânia
Conflito completa 12 meses no próximo dia 24 de fevereiro
Por Francesco Betrò - Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia invadiu a Ucrânia e deu início a uma guerra que completa um ano na próxima sexta-feira (24) e já deixou dezenas de milhares de mortos. Confira abaixo uma cronologia do conflito.
Fevereiro de 2022
Pouco antes das 5h da madrugada do dia 24, o presidente russo, Vladimir Putin, anuncia o início de uma "operação militar especial" para "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se recusa a fugir de Kiev, pedindo apoio internacional e armas.
Março
O mês começa com o assédio a Mariupol, cidade banhada pelo Mar de Azov e com um dos portos mais importantes da Ucrânia. Em 3 de março, a Rússia comunica a conquista de Kherson e, no dia seguinte, ataca Zaporizhzhia, lar da maior central de energia nuclear da Europa. No dia 16, os russos bombardeiam um teatro em Mariupol, matando ao menos 300 civis, mas o objetivo de entrar rapidamente em Kiev fracassa.
Abril
No dia 2, as forças russas abandonam Bucha, nos arredores de Kiev, deixando para trás indícios de um verdadeiro massacre, com 400 cadáveres disseminados por ruas e valas comuns. O Kremlin nega ter atacado civis. Em 8 de abril, a estação ferroviária de Kramatorsk é palco de um massacre com 52 mortos, dilacerados por bombas de fragmentação. No dia 21, Putin anuncia a tomada de Mariupol, mas 2,5 mil soldados ucranianos se entrincheiram na siderúrgica Azovstal, que vira símbolo da resistência.
Maio
Finlândia e Suécia rompem sua histórica neutralidade militar e pedem adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Com a saída dos últimos combatentes, a Rússia assume o controle da Azovstal em 21 de maio. Uma semana depois, a Ucrânia inicia uma contraofensiva em Kherson. O mês termina com a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de enviar à Ucrânia os lançadores de mísseis Himars.
Junho
No dia 16, os líderes de Alemanha (Olaf Scholz), França (Emmanuel Macron) e Itália (Mario Draghi) visitam Kiev para se reunir com Zelensky. Uma semana depois, a União Europeia reconhece a Ucrânia como país candidato a entrar no bloco. No dia 29, os líderes da Otan formalizam o convite para Finlândia e Suécia, enquanto a Rússia conquista Severodonetsk.
Julho
Kiev e Moscou assinam um acordo para permitir a exportação de grãos ucranianos através do Mar Negro. Pouco depois, a Rússia ataca o Porto de Odessa, e a Gazprom corta o fornecimento de gás à Europa via Nord Stream.
Agosto
Kiev lança uma nova contraofensiva para reconquistar Kherson, enquanto tem início a batalha pela cidade oriental de Bakhmut.
Setembro
A Ucrânia reconquista centenas de cidades com uma contraofensiva nos arredores de Kharkiv, segunda maior metrópole do país. Putin lança a mobilização nacional de 300 mil reservistas, provocando um êxodo de jovens em idade militar. No dia 27, duas explosões danificam o gasoduto Nord Stream.
Outubro
A ponte que liga a Crimeia à Rússia é danificada em uma explosão em 8 de outubro, e as forças de Moscou reagem com uma série de ataques contra redes de energia ucranianas, deixando milhões de pessoas sem eletricidade.
Novembro
No dia 9, os russos se retiram de Kherson. Dois mísseis caem na fronteira entre Ucrânia e Polônia, matando duas pessoas e gerando temores de uma escalada mundial do conflito. A Otan promete admitir Kiev na aliança.
Dezembro
O mês começa com o nono pacote de sanções europeias contra a Rússia. Já no dia 22, Zelensky vai a Washington em sua primeira viagem internacional desde o início da guerra, voltando para casa com a promessa de receber baterias de mísseis Patriot.
Janeiro de 2023
Na virada de ano, a Rússia sofre sua maior perda de soldados desde o início da invasão, com a morte de 89 militares durante o ataque a Makevka. No mesmo mês, Alemanha, EUA e Reino Unido aceitam enviar tanques Leopard 2, M1 Abrams e Challenger para Kiev. No dia 25, a Ucrânia se retira de Soledar, perto de Bakhmut.
Fevereiro
No dia 8, o premiê britânico, Rishi Sunak, diz que estuda a possibilidade de fornecer mísseis de longo alcance e aviões de combate para a Ucrânia, mas os outros aliados ocidentais são mais cautelosos. Em 20 de fevereiro, Biden faz uma visita surpresa a Kiev e promete manter apoio militar.