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Um ano depois de tragédia, demolição da ponte de Gênova é finalizada

Colapso ocorreu dia 14 de agosto de 2018 e deixou 43 mortos

12 ago 2019 - 18h17
(atualizado às 20h11)
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Quase um ano depois do colapso que provocou a morte de 43 pessoas no dia 14 de agosto de 2018, a demolição da Ponte Morandi, em Gênova, foi encerrada após a implosão dos últimos dois pilares comprometidos.

Um ano depois de tragédia, demolição da ponte de Gênova é finalizada
Um ano depois de tragédia, demolição da ponte de Gênova é finalizada
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    A conclusão desta etapa da obra foi anunciada à margem da cerimônia de reabertura da Via Porro por Vittorio Omini, diretor técnico da empresa encarregada de demolir o que restou do viaduto sobre o córrego Polcevera. A partir de agora, o local está pronto para ser totalmente reconstruído. O primeiro pilar da nova ponte deve ser colocado já em setembro. "No momento, 15 mil metros cúbicos de material foram removidos e movimentados, cerca de 35 mil estruturas demolidas com explosivos e prédios demolidos", explicou Omini. Segundo o diretor técnico, ainda é preciso aguardar a aprovação dos especialistas para iniciar as operações na área do pilar 10, cujos destroços estão na via Fillak. No entanto, os trabalhos atrás da colina de Coronata, nos pilares 1 e 2, também foram finalizados com a demolição. "Quando chegar serão necessários 20 dias", acrescentou Omini, ressaltando que a expectativa é de que o canteiro seja liberado até o final do próximo mês. O governador da Ligúria, Giovanni Toti, por sua vez, reiterou que as promessas na região serão mantidas. "A demolição da ponte Morandi está oficialmente terminada. A partir de hoje vamos falar apenas sobre a reconstrução, já iniciada. E na primavera, como prometido, Gênova terá seu viaduto de volta". Apesar da reconstrução, a ponte de Gênova tem sido motivo de controvérsias na Itália. Familiares das vítimas, religiosos e instituições ainda cobram por justiça em memória dos que perderam a vida na tragédia. Hoje, o jornal vaticano L'Osservatore Romano ressaltou que, um ano depois do colapso, há "tantas promessas faltando". A publicação afirma que 30 dias depois da queda do viaduto, em 2018, o Ministro dos Transportes da Itália, Danilo Toninelli, anunciou a criação de uma força tarefa nunca antes vista para monitorar as infraestruturas nacionais e verificar o seu estado, o que é uma promessa "perdida". "A controvérsia sobre as causas e responsabilidades, que para o Judiciário são traduzidas em uma montanha de documentos, não é apaziguada", escreveu o jornal da Santa Sé.

    O texto ainda diz que este trabalho era para estar operando "em dezembro do ano passado, mas não foi assim".

    O arcebispo de Gênova, cardeal Angelo Bagnasco, por sua vez, disse que se essa crise política retardasse a construção da ponte e as outras grandes obras planejadas para a cidade, seria "uma séria derrota para todo o país aos nossos olhos e do mundo". Já em relação às vítimas, o religioso disse que todos os familiares estão sempre em sua mente. Apesar das polêmicas, Bucci acredita que a tragédia foi "uma coisa negativa", mas decidiu considerá-la "uma oportunidade para fazer Gênova melhor do que antes, com mais infraestruturas, mais serviços e com uma visibilidade internacional que mostra que aqui as coisas podem ser feitas bem". Para o prefeito de Gênova, "o tempo" é uma variável que está constantemente sob controle, quase como uma obsessão. Nestes 12 meses, sempre impôs prazos a todos da equipe de demolição, construtores, políticos e funcionários. No entanto, a data final é apenas uma: 15 de abril de 2020, o dia em que a nova ponte deve estar pronta.

    "A crítica que me foi dada é que se eu definir datas e depois corrigi-las perco credibilidade, mas estou convencido de que, se houver razões válidas para mudar as datas, e elas forem explicadas, a credibilidade aumenta", explicou Bucci. Segundo o político italiano, "é importante definir sempre uma meta" e um dos "erros da administração pública, e também a nível nacional, é que nunca é explicado quando as coisas serão feitas".

    "O tempo é uma variável importante, juntamente com qualidade e custo. E se estas três variáveis forem colocadas em ordem e corretamente, há 99% de chance de conseguir que o projeto se concretize ", finalizou.

    De acordo com a imprensa italiana, as obras estão atrasadas em um mês, conforme declarações de Bucci.

    Projeto - A demolição da Ponte Morandi teve início em fevereiro passado, com a desmontagem do tabuleiro de 800 toneladas e 36 metros de comprimento que resistira ao desabamento. A reconstrução já está em curso e ficou a cargo do consórcio PerGenova, formado pela estatal Fincantieri e pela construtora privada Salini Impregilo. O projeto foi feito pelo arquiteto e senador vitalício Renzo Piano e é estimado em 200 milhões de euros, com expectativa de conclusão para abril de 2020.

    Inaugurada em 1967, a ponte havia sido construída por meio de um método desenvolvido pelo engenheiro italiano Riccardo Morandi baseado em uma ponte estaiada, mas com as pistas suspensas por cabos de concreto, e não de aço, como é mais comum. O desabamento ocorreu no dia 14 de agosto de 2018 e matou 43 pessoas que passavam pela ponte. As causas do colapso ainda estão sob investigação, mas suspeita-se de falha estrutural.

Ansa - Brasil
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