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Unam forças para lutar por território, diz relatora da ONU a povos indígenas

24 abr 2019 - 19h49
(atualizado às 20h16)
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Por Ellen Wulfhorst

Vicky Taulo-Corpuz (à esquerda), relatora especial da ONU para os Direitos dos Povos Indígenas, em evento em Oslo 
19/06/2017
NTB Scanpix/Lise Aserud/via REUTERS
Vicky Taulo-Corpuz (à esquerda), relatora especial da ONU para os Direitos dos Povos Indígenas, em evento em Oslo 19/06/2017 NTB Scanpix/Lise Aserud/via REUTERS
Foto: Reuters

NAÇÕES UNIDAS (Thomson Reuters Foundation) - Os povos indígenas que lutam pela garantia de seus direitos devem se unir e construir uma campanha global para se defenderem contra invasões e projetos de desenvolvimento que os obriguem a deixar seus territórios, disse uma especialista da ONU.

Um esforço conjunto pode aumentar a segurança e o apoio mundial a comunidades locais envoltas em disputas vitais por seus territórios contra governos e corporações, disse Vicky Taulo-Corpuz, relatora especial da ONU para os Direitos dos Povos Indígenas.

As ameaças e a violência contra povos indígenas por causa de direitos de propriedade estão sendo estimulados por governos de direita, disse ela em meio a um encontro de lideranças indígenas de todo o mundo em Nova York, nesta semana.

Ela destacou o Brasil e as Filipinas, país onde nasceu e que no ano passado tentou classificá-la como terrorista.

No Brasil, o governo de Jair Bolsonaro busca abrir as reservas indígenas à mineração e ao desenvolvimento comercial.

"Temos que lançar uma campanha global contra a criminalização e a impunidade contra povos indígenas", disse Vicky Tauli-Corpuz à Fundação Thomson Reuters.

Uma campanha conjunta com iniciativas online, bases de dados e outras ferramentas pode ajudar ativistas a compartilharem informações e angariar apoio global, disse ela.

"O que protege povos é quando é uma questão global, e as pessoas vêm para nos apoiar e denunciar essas coisas", disse ela. "Você realmente precisa falar sobre medidas protetivas que sejam baseadas na comunidade."

Cerca de quatro ativistas ambientais e de proteção de territórios foram assassinados por semana em 2017, de acordo com o mais recente levantamento da Global Witness, organização de defesa dos direitos humanos baseada no Reino Unido.

Muitos engajados na luta contra interesses de corporações multinacionais no investimento para extração de minerais, petróleo e gás.

Alguns líderes ativistas que compareceram às reuniões na ONU rumaram de lá para o Brasil, onde participam do encontro anual Acampamento Terra Livre, em defesa dos direitos indígenas.

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