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União Europeia diz que vitória alegada por Maduro nas eleições 'não pode ser reconhecida'

Em comunicado, conselho da UE declarou que não há provas que sustentem o resultado oficial

4 ago 2024 - 21h29
(atualizado às 22h48)
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Nicolás Maduro
Nicolás Maduro
Foto: Palácio de Miraflores/Divulgação via REUTERS

A União Europeia afirmou neste domingo, 4, que não pode reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela, conforme anunciada pela autoridade eleitoral do país. As informações são da AP e da AFP

"Na ausência de evidências de apoio, os resultados publicados em 2 de agosto pelo Conselho Nacional Eleitoral não podem ser reconhecidos", declarou o Conselho da União Europeia em um comunicado, pedindo uma "verificação independente" do processo eleitoral.

Sete países da União Europeia já tinham pressionado, no sábado, 3, as autoridades venezuelanas a publicarem "rapidamente todos os registros" da eleição presidencial para "garantir a total transparência" do processo.

Na declaração conjunta, Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Polônia e Portugal manifestaram "forte preocupação" com a situação na Venezuela. "Essa verificação [dos resultados] é essencial para reconhecer a vontade do povo venezuelano", destacaram os países.

Uma análise feita pela Associated Press das atas eleitorais da Venezuela, divulgadas pela oposição, indica que o candidato oposicionista Edmundo González recebeu mais votos na eleição de 28 de julho do que o governo de Nicolás Maduro afirmou. A AP processou quase 24 mil imagens de folhas de contagem, representando 79% das máquinas de votação, e aponta que González obteve 6,89 milhões de votos, enquanto Maduro recebeu 3,13 milhões.

As tabulações também apontam que Maduro recebeu 3,13 milhões de votos das planilhas de contagem divulgadas. Em contraste, os resultados atualizados pelo Conselho Nacional Eleitoral do governo, publicados na sexta-feira, 2, indicam que, com base em 96,87% das folhas de contagem, Maduro teve 6,4 milhões de votos, e González, 5,3 milhões.

Os EUA, sob a administração Biden, reconheceram González como o vencedor e desacreditaram os resultados oficiais, apoiando a restauração das normas democráticas na Venezuela. Maduro, por outro lado, alegou que a oposição planejava ataques e ordenou vigilância militar em bairros de Caracas.

Países como Brasil, Colômbia e México pediram uma auditoria imparcial da votação, enquanto a Rússia apoiou a legitimidade da vitória de Maduro. A crise na Venezuela, exacerbada por sanções e uma economia em colapso, levou milhões de venezuelanos a deixarem o país desde 2014.

Fonte: Redação Terra
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