'Único diálogo com o Hamas é por tiros', diz embaixador de Israel; cônsul palestino alerta sobre guerra
No momento, 28 brasileiros aguardam a liberação do Egito para cruzarem a fronteira de Gaza e retornarem ao Brasil de avião
O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine disse que seu país não tem “nada contra” a saída dos cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza, mas ressalta que não acredita na possibilidade de negociação de um corredor humanitário com o Hamas. "Honestamente, o único diálogo com o Hamas é por tiros", frisou.
As informações foram dadas em entrevista para a Folha de S. Paulo na sexta-feira, 13. Na data, o grupo de brasileiros que agora se encontra na cidade de Rafah, na fronteira de Gaza com o Egito, ainda estava aguardando o sinal positivo de Israel para iniciar o trajeto de cruzamento do território palestino rumo ao sul.
Agora, já na região esperada, são 28 brasileiros - sendo 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens adultos - aguardando a liberação do Egito para cruzarem a fronteira e embarcarem em um avião do governo brasileiro rumo ao Brasil.
“Assim que eles cruzarem a fronteira e ficar definida a logística final de retorno, a aeronave da Presidência da República destacada para resgatar o grupo sairá de Roma, na Itália, para o aeroporto designado no Egito. A aeronave é um VC-2 da Embraer com 40 lugares”, afirmou o Planalto neste domingo, 15.
A Presidência da República também reforça estar articulando com autoridades palestinas, do Egito e de Israel para viabilizar o retorno dos brasileiros ao país.
Palestina também faz alerta
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, pediu atenção da imprensa na cobertura do conflito com Israel em mensagem enviada à Folha na última quarta-feira, 11. "Os jornalistas estão chamados a abrir os dois olhos e ouvidos para trabalhar com honestidade consigo mesmos", escreveu.
"O que acontece em Gaza é MASSACRE, CRIME DE LESA HUMANIDADE", acrescentou, em letras garrafais.
Com foco nos profissionais de imprensa, Alzeben afirmou que somente na Faixa de Gaza ao menos oito profissionais de imprensa foram assassinados, dois estão desaparecidos, dez foram feridos e 40 veículos de imprensa foram bombardeados.