Vacinas chinesas são eficazes, mas faltam dados, diz OMS
Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmaram nesta quarta-feira (31) que uma análise preliminar dos dados de ensaios clínicos de duas vacinas chinesas, incluindo a Coronavac, demonstraram sua segurança e eficácia.
No entanto, a OMS pediu mais dados sobre a eficácia dos imunizantes em idosos e pessoas com doenças pré-existentes. Além da Coronavac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac e em uso no Brasil devido a uma parceria com o Instituto Butantan, a análise diz respeito à vacina do grupo farmacêutico Sinopharm.
As duas empresas já entraram com pedido para inclusão na lista da OMS de imunizantes aprovados para uso emergencial. Segundo o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS (Sage), os dados disponibilizados até o momento "demonstraram a segurança e a boa eficácia contra casos sintomáticos de Covid-19".
Contudo, o comitê alertou que "faltam dados em grupos de idades maiores e em pessoas com comorbidade". "Serão necessários estudos de eficácia e segurança pós-introdução das vacinas sobre o impacto nessas subpopulações", disse o Sage.
O grupo também ressaltou que nenhum dos dois imunizantes recebeu autorização de alguma "autoridade reguladora rigorosa". Além da China, as duas fórmulas são usadas sobretudo em nações em desenvolvimento, como Brasil, Turquia e Indonésia.
A inclusão na lista da OMS facilita a aprovação das vacinas pelos países e abre caminho para sua entrada na Covax Facility, mecanismo de distribuição global de imunizantes anti-Covid.
"Por enquanto, temos a informação de que essas vacinas são seguras e estão no processo de definir a análise final para determinar a eficácia que será usada na lista de aprovação para uso emergencial", disse Alejandro Cravioto, integrante do Sage.
Até o momento, a OMS já incluiu em sua lista as fórmulas da Pfizer/Biontech, da AstraZeneca e da Johnson & Johnson.