Vazam novas imagens de suspeito de ataque à igreja negra nos EUA
Novas imagens do suspeito do ataque a uma histórica igreja da comunidade negra em Charleston, nos Estados Unidos, vazaram na internet.
Nelas, Dylann Roof, de 21 anos, aparece queimando uma bandeira dos Estados Unidos e visitando uma antiga fazenda de escravos.
Roof é acusado de abrir fogo contra fiéis no interior da Igreja Metodista Episcopal Africana Emanuel, em Charleston, no Estado americano da Carolina do Sul, na última quarta-feira, 17.
Nove pessoas morreram atingidas pelos disparos.
Em uma das fotos, vazadas neste sábado, o jovem aparece segurando uma bandeira dos Estados Confederados, um símbolo da guerra civil americana e considerada hoje um ícone de ódio racial no país.
Ainda não se sabe quem vazou as imagens.
Ataque
Na noite de quarta-feira, Roof teria participado por uma hora de uma sessão de estudos da Bíblia na igreja antes de abrir fogo.
Seis mulheres e três homens, entre ele o pastor da igreja, o senador Clementa Pinckney, foram mortos. O caso é investigado pelo Departamento de Justiça americano como um crime de ódio.
O prefeito da cidade, Joe Riley, disse que o crime é "uma tragédia indescritível e desoladora em uma igreja histórica."
"A única razão que pode levar alguém a entrar em uma igreja e matar pessoas rezando é o ódio. É um crime totalmente incompreensível. Mas vamos levar essa pessoa à Justiça o mais rápido possível."
Carson Cowles, tio de Roof, disse à agência de notícias Reuters que o rapaz ganhou uma arma de calibe .45 de seu pai recentemente.
Ele ainda afirmou ter tentado orientar seu sobrinho sobre como usar a arma, mas Roof não teria se demonstrado receptivo a proposta.
Na foto de seu perfil no Facebook, Roof aparece com uma jaqueta na qual se destacam as bandeiras da África do Sul e da antiga Rodésia, hoje conhecido como Zimbábue, de quando estes países ainda eram controlados por minorias brancas.
Richard Cohen, presidente da Southern Poverty Law Center, uma organização sem fins lucrativos de combate a crimes de ódio, em Montgomery, no Estado do Alabama, diz que Roof não era conhecido por sua organização.
Cohen afirma que ainda não está claro se o jovem tinha ligações com algum dos 16 grupos supremacistas atuantes na Carolina do Sul identificados por sua ONG.
Mas afirma que Roof parece ser um "supremacista branco" com base em sua página no Facebook.
'Doce, quieto e de poucos amigos'
O perfil mostra que ele estudou na escola White Knoll High School, em Lexington, na Carolina do Sul, que fica a duas horas de carro de Charleston, e indica que ele mora na capital do Estado, Columbia.
Uma mulher que atendeu uma ligação feita pela Reuters para o celular que pertence a sua mãe, Amelia Roof, não quis comentar o assunto. "Nunca daremos entrevistas", disse ela antes de desligar.
Uma amiga de infância de Roof, Joey Meek, alertou o FBI, a polícia federal americana, quando viu o moletom cinza usado pelo atirador, segundo a mãe da jovem, Kimberly Kozny.
Ela disse à agência de notícias Associated Press que Roof havia usado a mesma peça em visitas à sua casa nas últimas semanas.
"Não sei o que está passando pela cabeça dele", afirmou Kozny. "Ele era um garoto muito doce e quieto e tinha pouco amigos."