Venezuela determina libertação de 80 presos políticos
Segundo presidente da ANC, a medida tem caráter "pedagógico"
A Comissão da Verdade da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) da Venezuela determinou no último sábado (23) a libertação de 80 presos políticos no país.
Todos eles haviam sido detidos entre abril e julho de 2017, durante a série de protestos diários contra o regime chavista, ou nos atos de 2014. Ao todo, as duas ondas de manifestações deixaram mais de 160 mortos.
Entre os beneficiados estão os ativistas Andrea González, Betty Grossi e Dany Abreu, ganhadores do último Prêmio Sakharov, honraria concedida pelo Parlamento Europeu para homenagear a luta pela liberdade de expressão.
Segundo a presidente da ANC, Delcy Rodríguez, a decisão de soltar os presos políticos foi tomada em um "sentido pedagógico, de cultura de paz e tolerância, para que se entenda definitivamente que os fatos promovidos pela oposição extremista e que causaram a morte de venezuelanos não podem voltar a se repetir".
Os oposicionistas deverão se apresentar regularmente às autoridades e realizar trabalhos comunitários. De acordo com a ONG Fórum Penal Venezuelano (FPV), o país tem 268 presos políticos, os quais o governo de Nicolás Maduro chama de "políticos presos". A entidade diz que, dos 80 beneficiados com o indulto, 36 já estão livres.
Nos dias 11 e 12 de janeiro de 2018, integrantes da Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal coalizão de oposição na Venezuela, e do governo devem se reunir na República Dominicana para uma nova rodada de negociações.