Vídeo de passageiro da United provoca indignação na China
Homem de aparência asiática foi removido à força de voo nos EUA, provocando uma onda de condenações nas redes sociais chinesas
As imagens de um passageiro sendo retirado à força de um voo da United Airlines em Chicago, nos EUA, geraram uma onda de condenações na China, após relatos de que o homem disse ter sido escolhido por ser chinês.
O vídeo do violento incidente postado no serviço chinês Weibo - semelhante ao Twitter - teve mais de 210 milhões de visualizações até a noite desta terça-feira (11/04).
Muitos usuários responderam com raiva ao que entenderam como preconceito contra o passageiro, alguns inclusive chegaram a propor um boicote à empresa aérea americana. A emissora estatal de televisão chinesa aumentou ainda mais a controvérsia ao descrever o homem retirado do avião como um "passageiro asiático".
Segundo o relato de um passageiro a um jornal local, a tripulação perguntou a algumas pessoas a bordo se estariam dispostos a cederem voluntariamente seus lugares no voo, que teve o chamado overbooking - quando o número de reservas está acima dos lugares disponíveis na aeronave. Como ninguém se prontificou, os tripulantes escolheram aleatoriamente algumas pessoas.
O passageiro de aparência asiática se negou a ceder seu assento. O vídeo do homem sendo retirado de modo violento de seu lugar e arrastado pelo corredor do avião ganhou enorme repercussão. Uma suposta citação do passageiro, que teria gritado "fui escolhido porque sou chinês", ampliou a revolta nas redes sociais chinesas.
Contenção de danos
A United Airlines atende um grande número de clientes chineses. Um boicote poderia causar danos significativos para a empresa, que opera mais voos diretos entre a China e os Estados Unidos do que qualquer outra companhia aérea.
Viagens aéreas na China são há tempos associadas a confusões, com relatos de passageiros entrando em confrontos físicos com tripulantes. O incidente com a United parece ter insuflado as frustrações dos clientes, com o passageiro sendo colocado na posição de vítima.
A United tenta aplacar os danos causados pela divulgação das imagens. O CEO da empresa, Oscar Munoz, disse que o passageiro retirado do voo entre Chicago e Kentucky apresentou comportamento "perturbador e beligerante" após ser solicitado a ceder seu lugar.
RC/dpa/ap
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