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Vírus da varíola dos macacos sobrevive no sêmen por quase 20 dias, diz estudo

Estudo foi elaborado por pesquisadores do Instituto Lazzaro Spallanzani, hospital de Roma, referência no combate a doenças infecciosas

9 ago 2022 - 14h56
(atualizado às 16h41)
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Um estudo realizado por um hospital de referência na Itália apontou que o vírus da varíola dos macacos pode permanecer no sêmen humano por quase 20 dias.

Além disso, o patógeno é capaz de se replicar e potencialmente contaminar outras pessoas através do esperma na fase aguda da infecção.

Publicado na revista Lancet Infectious Diseases, o estudo foi elaborado por pesquisadores do Instituto Lazzaro Spallanzani, hospital de

Técnica manuseia amostra contaminada por varíola dos macacos em Bangkok, na Tailândia
Técnica manuseia amostra contaminada por varíola dos macacos em Bangkok, na Tailândia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

que é a maior referência no combate a doenças infecciosas na Itália, e se baseia no caso de um paciente de 39 anos.

O homem foi internado no instituto cinco dias após o aparecimento de sintomas típicos da varíola dos macacos: febre e lesões na genitália, no rosto, no tórax, nas pernas, nos braços e nas mãos.

A equipe do Spallanzani acompanhou os traços do vírus em diversos fluidos corporais durante 19 dias, descobrindo uma forte persistência do patógeno no sêmen, onde permaneceu até o último dia de análises, ainda que em quantidades mínimas na parte final.

"Em nossa opinião, o caso aqui discutido confirma que a atividade sexual pode ser uma via de transmissão do vírus da varíola dos macacos possível e reconhecida", diz o estudo.

O mesmo Lazzaro Spallanzani iniciou na última segunda-feira (8) a campanha de vacinação do governo italiano contra a doença, que é voltada a funcionários de laboratório com possível exposição direta ao Orthopoxvirus (gênero de vírus causadores da varíola), pessoas gays, transgênero, bissexuais e homens que tiveram relações sexuais com homens.

Dentro dessas categorias, serão priorizados indivíduos que tenham tido um ou mais dos seguintes comportamentos: relações sexuais com mais de um parceiro nos últimos três meses, participação em eventos de sexo de grupo, participação em encontros sexuais em clubes e saunas, infecção sexualmente transmitida no último ano e hábito de consumir drogas químicas durante atos sexuais.

Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (9), a varíola dos macacos já contaminou pelo menos 599 pessoas na Itália, sendo 590 homens e nove mulheres.

Ansa - Brasil
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