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Volta de Kirchner ao poder ameaça Mercosul, diz Bolsonaro

Em viagem ao Japão, presidente brasileiro falou que conversa sobre possíveis mudanças na composição do bloco com o ministro da Economia, Paulo Guedes, desde antes de assumir o cargo

23 out 2019 - 09h24
(atualizado às 09h26)
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Foto: Adriano Machado / Reuters

O presidente Jair Bolsonaro indicou que pode propor a suspensão da Argentina do Mercosul caso a chapa composta pela ex-presidente Cristina Kirchner, candidata à vice-presidência, vença a eleição no país. Bolsonaro citou situação semelhante em 2012, quando o Paraguai ficou fora do bloco temporariamente e a Venezuela foi incluída. Na época, o anúncio foi feito justamente por Cristina.

Para Bolsonaro, a volta da ex-presidente ao governo argentino poderia colocar toda a estrutura do Mercosul em risco. "Nós sabemos que a volta da turma do Foro de São Paulo (formado por partidos de esquerda) e da Cristina Kirchner para o governo argentino pode, sim, colocar em risco todo Mercosul", disse o presidente ao deixar o hotel onde está hospedado, em Tóquio. "Se possivelmente colocando em risco todo o Mercosul, você tem de ter uma alternativa no bolso", acrescentou.

Bolsonaro falou que conversa sobre possíveis mudanças na composição do bloco com o ministro da Economia, Paulo Guedes, desde antes de assumir o cargo. De acordo com ele, o governo brasileiro espera que o eventual sucessor de Mauricio Macri siga a sua postura nas questões comerciais relativas ao Mercosul. Do contrário, poderia reunir Uruguai e Paraguai para tomar alguma providência.

"Eu conversei com o Paulo Guedes, mesmo antes de tomar posse, sobre a questão do Mercosul. Você pode ver, tem um livro do Pepe Mujica que ele fala de como afastaram o Paraguai, na época, para entrar a Venezuela. É uma história que se não fosse escrita por alguém de dentro dele (do bloco comercial), você jamais acreditaria nisso daí", afirmou.

"O que nós queremos é que a Argentina continue na questão comercial, caso a oposição vença, da mesma forma do Macri. Caso contrário, podemos nos reunir com o Uruguai e o Paraguai e tomarmos uma decisão não semelhante àquela lá atrás, aquela foi por outros propósitos. O nosso propósito não é facilitar a esquerda a formar uma grande pátria bolivariana, como queriam os governantes daquela época. A nossa ideia é sim, de fato, abrir o mercado e fazer comércio com o mundo todo", declarou.

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