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Mundo

Vontade de eliminar fome global estagnou, alerta Organização das Nações Unidas

24 jul 2024 - 15h38
(atualizado às 18h07)
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A meta de eliminar a fome global até 2030 parece cada vez mais impossível de ser atingida, com o número de pessoas sofrendo com fome crônica se mantendo estável ante o ano passado, afirmou um relatório da Organização das Nações Unidas nesta quarta-feira.

O relatório anual Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo disse que 733 milhões de pessoas enfrentaram fome em 2023 - uma em 11 pessoas ao redor do globo e uma em cinco na África - enquanto confrontos, mudança climática e crises econômicas cobraram o seu preço.

David Laborde, diretor da divisão da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) que ajuda a preparar o relatório, disse que ainda que progresso tenha sido registrado em algumas regiões, a situação se deteriorou em nível global.

"Estamos em uma situação pior hoje do que nove anos atrás quando lançamos a meta de erradicar a fome até 2030", ele disse à Reuters, dizendo que desafios como mudança climática e guerras regionais se tornaram mais severos do que o previsto a uma década.

Se as tendências atuais continuarem, cerca de 582 milhões de pessoas vão ser cronicamente subnutridas até o fim da década, metade delas na África, alerta o relatório.

O objetivo mais amplo de garantir acesso regular à alimentação adequada também estagnou nos últimos três anos, com 29% da população global, o que equivale a 2,33 bilhões de pessoas, experimentando insegurança alimentar moderada ou severa em 2023.

Reforçando as grandes desigualdades, cerca de 71,5% de pessoas em países de baixa renda não conseguiram pagar por uma dieta saudável no ano passado, contra 6,3% em países de alta renda.

Enquanto a inanição é mais fácil de ser observada, a má nutrição é muito mais traiçoeira, mas pode trazer sequelas para a vida das pessoas, atrapalhando o desenvolvimento físico e mental de bebês e crianças, além de deixar  adultos mais vulneráveis a infecções e doenças.

Laborde disse que ajuda internacional relacionada com segurança alimentar e nutrição chegou a 76 bilhões de dólares no ano, ou 0,07% da produção econômica anual no mundo.

"Acho que podemos fazer mais para cumprir a promessa de viver em um planeta em que ninguém passe fome," ele disse.

Tendências regionais tiveram variação significativa, com a fome continuando a aumentar na África, enquanto aumento populacional, diversas guerras e mudanças climáticas tiveram muitas consequências. Por outro lado, a Ásia teve pouca mudança e a América Latina viu melhoras.

"A América do Sul tem programas desenvolvidos de proteção social que permite aos países da região realizar intervenções focadas para efetivamente diminuir a fome com rapidez. Na África, não vimos isso", disse o economista-chefe da FAO Maximo Torero.

O relatório é feito pela FAO, que tem sede em Roma, pelo Fundo Internacional da ONU para Desenvolvimento Agrícola, o seu fundo para crianças Unicef, a Organização Mundial da Saúde e o Programa Mundial de Alimentos.

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