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Vulcão em erupção nas Canárias: o avanço da lava na ilha La Palma em imagens de satélite

Desde domingo, quando entrou em erupção, o vulcão Cumbre Vieja espalha lava pela ilha espanhola La Palma. O fluido provavelmente chegará ao mar, embora não se saiba quanto tempo isso vai demorar.

22 set 2021 - 17h13
(atualizado em 23/9/2021 às 06h41)
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A lava do vulcão Cumbre Vieja destruiu várias casas em vilarejos próximos em La Palma
A lava do vulcão Cumbre Vieja destruiu várias casas em vilarejos próximos em La Palma
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A lava que jorra de um vulcão na ilha espanhola de La Palma danificou mais de 300 construções, entre elas centenas de moradias, à medida que a rocha derretida se dirige ao mar.

Cerca de 6.000 pessoas foram obrigadas a deixar a região das Ilhas Canárias às pressas para fugir do caminho da lava que jorra do vulcão Cumbre Vieja desde domingo.

A área mais crítica, por onde passa o magma, fica na parte sudoeste da ilha.

Imagens captadas por satélite, e divulgadas pela Agencia Estatal de Meteorologia da Espanha (Aemet), mostram o caminho feito pela lava desde o último dia 19.

A imagem abaixo aponta, em vermelho, a amplitude do fluxo na ilha no início da erupção, no domingo. Em amarelo, mostra como três dias depois a lava já havia se espalhado por um território maior na terça-feira (21).

Imagem de satélite mostra, em vermelho, como a lava estava espalhada no dia 19 e, em amarelo, como se espalhou na terça-feira
Imagem de satélite mostra, em vermelho, como a lava estava espalhada no dia 19 e, em amarelo, como se espalhou na terça-feira
Foto: Aemet / BBC News Brasil

A lava provavelmente chegará ao oceano, embora não se saiba exatamente quando isso vai ocorrer. Tudo depende da velocidade do fluxo, que diminui à medida que ela esfria e atravessa terrenos mais planos.

Para proteger a população, as autoridades intensificaram o sistema de proteção civil e o perímetro de interdição no litoral foi ampliado para evitar que as pessoas se aproximassem do local.

O encontro do magma com o oceano é monitorado de perto por causa de uma perigosa reação química gerada pelo contato do fluido com a água salgada. Esse contato "pode gerar explosões e emissão de gases nocivos", segundo as autoridades do Plano de Emergência Vulcânica das Ilhas Canárias (Pevolca).

Uma imagem de satélite, divulgada pelo Instituto Geográfico Nacional (IGN-CNIG), mostra como a fluido (mancha vermelha) está se aproximando do mar.

Imagem de satélite mostra caminho da lava (em vermelho)
Imagem de satélite mostra caminho da lava (em vermelho)
Foto: IGN / BBC News Brasil

Outras imagens, também divulgadas pelo Instituto Geográfico Nacional, mostram a evolução do volume da lava pela ilha.

Na primeira, a imagem mostra a situação da lava no dia 19 de setembro. Já a segunda, o caminho dois dias depois, em 21 de setembro.

Lava entre os dias 19 e 20 de setembro
Lava entre os dias 19 e 20 de setembro
Foto: IGN / BBC News Brasil
Lava entre os dias 20 e 21 de setembro
Lava entre os dias 20 e 21 de setembro
Foto: IGN / BBC News Brasil

Destruição

Segundo as autoridades, a área mais afetada da ilha, por onde passa o magma, fica na zona sudoeste.

Celia Dianas, que atua no setor de aluguel de imóveis para turistas, conta à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, que uma dezena de amigos e funcionários lhe dizem que "querem chorar" por causa do trauma ou porque perderam um imóvel.

"Os prejuízos ultrapassam os 400 milhões de euros (quase R$ 2,5 bilhões)", disse nesta terça-feira (21/9) o chefe do governo das Canárias, Ángel Víctor Torres Pérez. Segundo ele, a União Europeia destinará um fundo de recuperação para a região atingida.

Embora a situação agora esteja sob controle, tudo pode mudar com o passar dos dias.

"Estamos apenas começando, essas são as fases iniciais da erupção, ainda há um longo caminho a percorrer", diz José Mangas, professor de geologia da Universidade de Las Palmas de Gran Canaria..

"Numa erupção estromboliana como a que temos agora em La Palma, dois dias não são nada, porque nas erupções históricas que tivemos aqui, do século 15 até agora, duraram um, dois ou três meses."

As erupções estrombolianas - batizadas com o nome do vulcão Stromboli, na Itália - são relativamente leves e ocorrem em intervalos que podem durar de segundos a várias horas.

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