Musk influencia Trump a demitir funcionários de alto desempenho sem justificativa
Funcionários federais dos Estados Unidos que foram demitidos recentemente, sob justificativa de baixo desempenho, haviam recebido avaliações positivas antes da dispensa. A informação foi revelada por documentos obtidos pela Reuters e entrevistas com os trabalhadores afetados. As demissões fazem parte de uma reformulação promovida pelo governo do ex-presidente Donald Trump, com influência do bilionário Elon Musk.
A medida, implementada pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), levou à dispensa de milhares de servidores, especialmente aqueles em estágio probatório. O motivo alegado foi a busca por redução de gastos e aumento da eficiência do governo. No entanto, a discrepância entre as avaliações de desempenho e as demissões levanta dúvidas sobre a legalidade do processo.
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Por que funcionários bem avaliados foram demitidos?
Pelo menos 12 trabalhadores, de sete diferentes agências federais, relataram à Reuters que receberam notificações informando que seu desempenho profissional não justificava a continuidade no cargo.
"A Agência considera, com base em seu desempenho, que você não demonstrou que a continuidade de seu emprego na Agência seria de interesse público", dizia uma das cartas, segundo a Reuters.
A Casa Branca afirmou que os cortes fazem parte de um esforço para tornar a administração pública mais eficiente, mas não explicou por que funcionários bem avaliados foram dispensados.
"O presidente Trump e seu governo estão cumprindo o mandato do povo americano de eliminar gastos desnecessários e tornar as agências federais mais eficientes, o que inclui a remoção de funcionários em estágio probatório que não são de missão crítica", declarou Anna Kelly, porta-voz do governo.
Os servidores demitidos, no entanto, afirmam que haviam recebido classificações positivas pouco antes da dispensa. Alguns chegaram a ser premiados com bônus e reconhecimentos por desempenho.
A Reuters analisou cópias dessas avaliações e conversou com ex-supervisores, que confirmaram o bom desempenho dos funcionários.
Patrick Shea, que trabalhou como guarda-florestal em Hells Canyon, Idaho, afirmou que jamais esperava ser alvo desse tipo de decisão. "Nunca passou pela minha cabeça que eu estaria exposto a esse tipo de ação", disse o profissional à Reuters, que atuava há 15 meses no Serviço Florestal dos EUA, incluindo trabalho sazonal durante a faculdade.