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'Não é mais possível ver o sol': crise da fumaça no Pará transforma o céu e oculta cor

4 dez 2024 - 19h53
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O Pará vive, ainda neste mês de dezembro, um cenário alarmante: cidades encobertas por fumaça, fuligem no ar e um aumento expressivo de queimadas ligadas ao desmatamento ilegal. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) colocam o estado na liderança dos focos de incêndio no Brasil em 2024, com 53 mil registros até o momento, o maior índice do país.

Fumaça das queimadas no Pará encobre o sol
Fumaça das queimadas no Pará encobre o sol
Foto: Reprodução/X / Perfil Brasil

O médico Luiz Fernando Rocha, que atende na rede pública do Pará, relata ao g1 que, há alguns dias, não se consegue ver a poucos metros de distância devido à fumaça e que a demanda nas unidades de saúde está aumentando. "É uma infestação de fumaça; o céu está invisível. Em alguns lugares, por exemplo, não é possível ver o sol, e o cheiro de fumaça e fuligem é constante", aponta o médico.

O impacto da crise vai além das paisagens modificadas. O Pará enfrenta uma emergência ambiental, com reflexos diretos na saúde da população. A fumaça, que cobre cidades inteiras, já compromete o ar respirado por milhares de moradores, enquanto hospitais registram alta nos casos de doenças respiratórias, especialmente em idosos e crianças.

Por que a fumaça persiste e o combate é tão difícil?

A crise teve início em julho, quando os focos de incêndio ultrapassaram a média histórica mensal registrada desde 1998. Hoje, a nuvem de fumaça originada no estado tem cerca de 2 milhões de km² e, embora menos perceptível, continua se espalhando. Grande parte do problema está ligada ao desmatamento ilegal, no qual o Pará também lidera.

Em Santarém, o impacto é particularmente severo. A prefeitura decretou estado de emergência por causa da baixa qualidade do ar e solicitou reforço da Força Nacional ao governo federal. No entanto, combater as chamas em uma área de mais de 22 mil km², quase 15 vezes o tamanho da cidade de São Paulo, é um desafio logístico grande.

A Força Nacional já foi mobilizada em setembro para atuar em seis estados da região, mas o reforço não permaneceu. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, em 2024 o governo federal mobilizou 1.700 profissionais, 11 aeronaves, 20 embarcações e mais de 300 viaturas para combater grandes incêndios. No entanto, ainda não confirmou se atenderá ao pedido de Santarém para apoio adicional.

Enquanto as chamas avançam, os hospitais do estado enfrentam uma demanda crescente. Segundo a Secretaria de Saúde de Santarém, os atendimentos por doenças respiratórias aumentaram 42,56% em relação ao mesmo período do ano passado. Crianças e idosos são os mais afetados, apresentando sintomas como tosse, vômitos e diarreia.

Perfil Brasil
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