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Nicarágua, Argentina, Colômbia e Dario Messer: veja a 'cola' de Bolsonaro no Jornal Nacional

Presidente aparece na TV Globo com palavras escritas na mão esquerda, mas não fala sobre os termos durante a entrevista

22 ago 2022 - 22h14
(atualizado às 22h51)
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Chamou atenção o fato de o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter apresentado durante a entrevista do Jornal Nacional, da TV Globo, uma "cola" na mão esquerda onde se via escrito com caneta azul as palavras "Nicarágua, Argentina, Colômbia e Dario Messer". Os três países da América Latina têm governos de esquerda, enquanto Messer é conhecido como "doleiro dos doleiros" e foi condenado em segunda instância pela Justiça Federal a 13 anos de prisão pelo crime de lavagem em uma operação de desdobramento da Lava Jato.

Apesar da "cola", o presidente não falou sobre Nicarágua, Argentina, Colômbia ou Dario Messer durante a entrevista. Bolsonaro costuma escrever algumas palavras em sua mão para usar em debates, entrevistas e apresentações. A estratégia funcionou no Google. Como mostra a plataforma Google Trends, é possível observar um aumento de interesse nas buscas sobre "Nicarágua" e "Dario Messer" após a sabatina.

A estratégia foi usada na campanha eleitoral de 2018 durante um debate da RedeTV. O candidato foi flagrado com uma "cola" na mão, onde se viu escrito "pesquisa, armas, Lula", provavelmente indicando o caminho que queria seguir nas perguntas.

Em 2019, durante apresentação do programa Médicos pelo Brasil ele usou retomou a cola na mão como forma de chamar atenção para os dizeres que escreveu, dessa vez, "Deus", "Família" e "Brasil".

Depois da entrevista, nas redes sociais, o presidente ainda publicou um tuíte da cantora Anitta sobre a cola e disse que, se possível, que seus seguidores pesquisassem sobre os temas.

Durante a entrevista, Bolsonaro foi questionado se ele "sempre foi do Centrão" ou "nunca foi do Centrão". "No meu tempo não existia Centrão. No meu tempo, esses partidos não eram tidos como do Centrão. Estamos em um governo sem corrupção. Nomeamos ministros com perfil técnico. Eu não aceitei pressões de lugar nenhum para escalar ministros. Estamos governando sem corrupção ou indicação política", disse.

A jornalista Renata Vasconcellos aproveitou a resposta sobre a escolha de ministros com perfil técnico para questionar Bolsonaro sobre as constantes trocas no comando do Ministério da Educação e a prisão do último ministro, o pastor Milton Ribeiro, envolvido em um escândalo de favorecimento de pastores na distribuição de verbas revelado pelo Estadão, além de suposta participação em crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.

"Por muitas vezes, depois que a pessoa chega, a gente vê que ela não leva jeito para aquilo. Ele teve acusação e foi preso, inclusive. Conseguiu o habeas corpus em seguida. O MP do DF foi contra a prisão dele porque não tinha nada contra ele. Outra história: a questão de ter dois pastores, um no gabinete dele, não tem problema. Agora, se ela faz besteira... Nós começamos a investigar o caso dos pastores com a CGU. Não foi a Polícia Federal", disse o presidente.

A âncora citou os casos de trocas de ministros da Educação e questionou quais os critérios utilizados para a escolha dos chefes da pasta. "As pessoas se revelam quando chegam. Atualmente, eu tenho um excelente ministro. O ideal seria não ter rotatividade", respondeu Bolsonaro.

Estadão
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