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"Ninguém vai se render", diz Prigozhin em resposta a Putin

24 jun 2023 - 11h52
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O chefe do grupo mercenário Wagner reagiu ao discurso em que presidente russo prometeu esmagar rebelião, afirmando que seus homens não são traidores.O chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, respondeu neste sábado (24/06) ao discurso do presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que seus homens não são traidores e não se renderão às autoridades.

Prigozhin: "Somos patriotas. Continuamos combatendo, e ninguém pretende se render a pedido do presidente"
Prigozhin: "Somos patriotas. Continuamos combatendo, e ninguém pretende se render a pedido do presidente"
Foto: DW / Deutsche Welle

O líder do Kremlin disse em discurso televisionado que o levante armado dos paramilitares foi uma "traição" e que seus instigadores terão que enfrentar a Justiça. "No que diz respeito à traição à pátria, o presidente se enganou profundamente. Somos patriotas. Já combatemos e continuamos combatendo, e ninguém pretende se render a pedido do presidente, do Serviço de Segurança Federal (FSB) ou de quem quer que seja", disse Prigozhin em um novo áudio postado em seu canal no Telegram. O líder mercenário acrescentou que ele e os seus homens não querem que "o país continue a viver na corrupção, na mentira e na burocracia".

O procurador-geral russo Igor Krasnov abriu um processo criminal "em conexão com uma tentativa de organizar uma rebelião armada", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ex-aliado próximo de Putin, Prigozhin colocou seu exército particular para lutar na Ucrânia, mas nos últimos meses tem travado uma disputa com a liderança militar de Moscou, culpando repetidamente o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, pelas mortes em massa de combatentes na invasão da Ucrânia.

"Eles nos roubaram"

Em sua mensagem após o discurso de Putin, Prigozhin afirmou que "quando lutamos na África, eles nos disseram que precisávamos da África e depois a abandonaram porque roubaram todo o dinheiro da ajuda". Ele enfatizou que quando a campanha ucraniana começou, os combatentes do Grupo Wagner foram lutar, "mas descobriu-se que as munições, armas e todo o dinheiro destinado a eles também foram roubados".

"Por outro lado, os funcionários poupam para seu benefício, para o caso como ocorrido hoje, quando alguém avança para Moscou. Agora não poupam nada: atacam colunas pacíficas com aviões e helicópteros", denunciou, referindo-se aos bombardeamentos lançados pela Força Aérea russa contra veículos do Grupo Wagner, que avançam pela região de Voronezh em direção a Moscou.

md (EFE, Reuters, AFP)

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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