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No Rio, João Doria defende "união contra extremos"

'A boa política se faz unindo as pessoas, não separando', diz governador em evento tucano

28 set 2019 - 18h38
(atualizado em 29/9/2019 às 10h58)
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RIO - O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado, 28, em evento do partido no Rio, que "a boa política se faz unindo as pessoas, não separando". "Os extremos não constroem, os extremos destroem", disse Doria. "Nós erramos, sim, mas tivemos a humildade de corrigir. Os extremados não reconhecem os erros."

Doria busca se desvencilhar de uma direita mais radical associada ao presidente Jair Bolsonaro e ao governador do Rio, Wilson Witzel (PSC) - dois potenciais adversários do tucano em uma disputa ao Palácio do Planalto em 2022 -, mas sem deixar de lado as críticas ao PT.

Questionado pela imprensa, disse que "não fulanizou" ao tecer os comentários durante o discurso. E usou o termo "centro democrático", associado a um grupo que orbita em torno do apresentador Luciano Huck, como o caminho para o futuro do País.

Neste sábado, o governador de São Paulo ainda fez uma defesa do meio ambiente e da cultura, áreas em que o governo Bolsonaro tem sofrido críticas.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
Foto: Rovena Rosa/Agencia Brasil / Estadão Conteúdo

O evento foi realizado no hotel Windsor da Barra da Tijuca, o mesmo que Bolsonaro usou algumas vezes durante a eleição de 2018. O PSDB do Rio é comandado hoje pelo empresário Paulo Marinho, um dos principais articuladores da campanha do presidente e, atualmente, "ex-bolsonarista".

O ex-ministro Gustavo Bebianno, que deixou o governo após atritos, esteve no evento e também falou em "centro". "O pêndulo estava todo à esquerda, agora está todo à direita. Acho que ele precisa parar no centro, olhar para o Brasil", disse Bebianno.

O encontro marca o início da construção de palanques para Doria para 2022. Foi o primeiro fora de São Paulo - e num lugar onde os tucanos não têm força política expressiva. Em 2018, o partido não elegeu nenhum deputado federal pelo Rio.

Sob Marinho, o PSDB do Rio tenta ainda moldar o discurso a fim de atrair mais mulheres e jovens. "Esse é o nosso mantra: mais mulheres e jovens", afirmou Doria.

A pré-candidata do partido à prefeitura do Rio, Mariana Ribas, foi apresentada como a futura prefeita por Marinho e, segundo Doria, representa tudo o que o "novo PSDB" precisa buscar. Contudo, existe a possibilidade de uma aliança com o ex-prefeito Eduardo Paes, que será candidato pelo DEM.

Paes apareceu de surpresa no evento e falou que "as boas forças" precisam estar juntas. "Nós vamos estar juntos para fazer com que o Rio volte a estufar o peito e tenha orgulho da cidade", disse o ex-prefeito. Outro nome ventilado para a eleição municipal do ano que vem, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania), também falou na convenção e chamou Paes de "o melhor prefeito que essa cidade já teve."x-emedebista, Paes é uma peça-chave na eleição municipal do Rio. Seu anúncio oficial de entrada na disputa, que só deve acontecer no início do ano que vem, impacta diversas candidaturas.

Apesar de, em tese, ser um evento de âmbito local, o encontro do novo PSDB fluminense contou com uma série de lideranças nacionais do partido. Discursaram no palanque o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, o presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, e a ex-governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius, por exemplo.

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Estadão
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