No STF, Bolsonaro acompanha julgamento por tentativa de golpe: 'faz questão de enfrentar a acusação absurda', diz defesa
Com discrição, Jair Bolsonaro (PL) chegou ao Supremo Tribunal Federal por volta das 9h25 desta terça-feira (25). O ex-presidente decidiu acompanhar pessoalmente o julgamento que pode transformá-lo em réu por tentativa de golpe de Estado, conforme informou seu advogado, Paulo Cunha Bueno ao blog da Andréia Sadi.
Segundo ele, "O [ex-]Presidente Bolsonaro faz questão de enfrentar a acusação injusta e absurda que hoje a Procuradoria Geral da República faz contra ele , comparecendo pessoalmente aos atos do processo, manifestando, sempre, sua indignação e repúdio às imputações mentirosas contra as quais hoje tem sido obrigado a se defender."
A sessão da Primeira Turma do STF começou nesta manhã para analisar se aceita ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. A acusação envolve Bolsonaro e outros sete nomes considerados integrantes do "núcleo crucial" da suposta tentativa de golpe em 2022.
Denúncia contra Bolsonaro envolve generais e ex-ministros
Entre os denunciados estão os generais Augusto Heleno e Braga Netto, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O grupo responde por cinco crimes, entre eles golpe de Estado, associação criminosa e deterioração de patrimônio tombado.
Caso a denúncia seja acolhida, Bolsonaro será o primeiro ex-presidente da República a se tornar réu por tentativa de golpe de Estado e por atentar contra o Estado Democrático de Direito.
O julgamento está nas mãos da 1ª Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. O relator do caso é Moraes.
Se os ministros rejeitarem a acusação, o processo será arquivado.
Tentativas de afastar ministros são rejeitadas
A defesa do ex-presidente e de outros investigados apresentou pedidos para afastar Moraes, Dino e Zanin do julgamento. Alegaram suspeição dos magistrados.
Os recursos foram analisados em plenário virtual. Zanin foi mantido por unanimidade, com dez votos a favor. Moraes e Dino também permaneceram, com nove votos a favor e um contrário, do ministro André Mendonça.
Além dos pedidos de afastamento, o STF também rejeitou recursos de Braga Netto e Mário Fernandes, ambos alvos da mesma investigação.
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