Oposição ataca indicação de Eduardo: "Embaixaria brasileira"
'Embaixaria brasileira' e Eduardo Bolsonaro estiveram entre os principais assuntos comentados nesta manhã
A possível nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nesta sexta-feira, 12. Por volta de 11h, era um dos oito assuntos mais abordados do Twitter. Mais cedo, outro termo usado pelos usuários para designar a situação foi "embaixaria brasileira".
Parlamentares da oposição aproveitaram para se posicionar sobre a situação. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que vai acionar a Justiça caso a nomeação se confirme. "O deputado já deu sinal de que aceitaria, mas isso é nepotismo", escreveu. "O Art. 37 da nossa Constituição determina a observância aos princípios norteadores da Administração Pública, quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, sendo, inclusive, autoaplicáveis".
Do mesmo partido, o senador Randolfe Rodrigues (AP), líder da oposição no Senado, disse que o grupo moverá as ações judiciais cabíveis e lutará contra a aprovação da indicação no plenário do Senado. "É um absurdo que isso seja ao menos cogitado! Bolsonaro quer fazer do governo o quintal da sua casa, uma extensão familiar. O presidente que ontem defendeu o trabalho infantil como 'meritocracia' hoje indica o próprio filho para assumir uma embaixada", escreveu.
Na quinta, o presidente Jair Bolsonaro justificou a nomeação dizendo que Eduardo "fala inglês, fala espanhol, há muito tempo roda o mundo todo e goza da amizade dos filhos do presidente Donald Trump. No meu entender poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente".
A resposta de Eduardo foi rápida: "Se for da vontade do presidente e ele realmente me entregar essa função de maneira oficial, eu aceitaria". Ele completou nesta semana 35 anos - idade mínima para um brasileiro assumir uma representação diplomática no exterior.
O senador Humberto Costa (PT-PE), um dos principais representantes da oposição no Senado, questionou a nomeação. "Não estudou no Instituto Rio Branco, que prepara o corpo diplomático brasileiro, não cursou universidades de prestígio na área de Relações Internacionais, nunca serviu no exterior e tem experiência quase 0 na área. Mas papai deu presente", escreveu.
A presidente de seu partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou uma mensagem publicada em uma rede social do ministro Sérgio Moro dizendo que "Poder público não é negócio de família" para se posicionar sobre a eventual nomeação.
Aliados do governo como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) elogiaram a intenção do presidente de nomear o seu filho. "Ganha o Brasil, ganha (sic) os EUA, ganha o planeta, com mais oportunidade de sanar os problemas de toda a Terra".