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Norte-americana é primeira paciente viva com rim de porco

18 dez 2024 - 19h28
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Uma norte-americana com insuficiência renal deixou de depender da diálise após receber o transplante de um rim de porco. Towana Looney, que aguardava na fila de transplantes há oito anos, foi submetida à cirurgia no mês passado e já se recupera em casa. Ela é, atualmente, a única pessoa no mundo a viver com um órgão de porco.

Cirurgia
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Foto: depositphotos.com / ArturVerkhovetskiy / Perfil Brasil

O xenotransplante, uma técnica que envolve o transplante de órgãos entre espécies diferentes, tem surgido como uma alternativa promissora diante da escassez de doadores humanos para transplantes. Este tipo específico de cirurgia utiliza órgãos de animais, como porcos, que são geneticamente modificados para se tornarem mais compatíveis com o corpo humano. Recentemente, avanços significativos nesta área têm sido feitos, trazendo esperança para pacientes que aguardam transplantes há muitos anos.

A xenotransplantação ganhou destaque não apenas por seu potencial em salvar vidas, mas também pelos desafios técnicos e éticos que apresenta. Ela requer uma combinação de modificações genéticas complexas para minimizar o risco de rejeição pelo sistema imunológico humano. Com órgãos geneticamente alterados, como os de porcos, que são semelhantes em tamanho e funcionalidade aos humanos, os pesquisadores esperam proporcionar uma solução viável e segura.

Como funcionam os xenotransplantes?

Os xenotransplantes dependem principalmente da engenharia genética para criar órgãos animais que não serão imediatamente rejeitados pelos anticorpos humanos. O porco é o animal mais utilizado devido à semelhança anatômica e ao rápido tempo de crescimento. No processo, antígenos imunogênicos que poderiam desencadear rejeições são removidos, e transgenes humanos são adicionados para mimetizar a função de órgãos humanos. Estas modificações ajudam a reduzir a probabilidade de complicações pós-transplante.

Uma operação típica de xenotransplante é meticulosamente planejada e executada, geralmente em pacientes que já estão em situações críticas e sem outras opções viáveis. Esse foi o caso de uma paciente recente que se submeteu a essa técnica inovadora. A cirurgia, realizada em um hospital nos EUA, foi liderada por um médico brasileiro e representou um marco na expansão das pesquisas sobre o uso de rins de porco em humanos.

Quais são os desafios e riscos associados ao transplante de órgãos de animais como um porco?

Apesar das promissoras notícias de sucesso, o caminho para a aceitação ampla dos xenotransplantes é ladeado de desafios. Primeiro, existe o risco de rejeição do órgão, porque, apesar das modificações genéticas, o sistema imunológico humano ainda pode identificar o órgão como estranho. Esta rejeição pode resultar em sérias complicações ou até a falha do transplante.

Adicionalmente, questões éticas também são uma preocupação importante. O uso de animais para fornecimento de órgãos levanta discussões sobre bem-estar animal, manipulação genética e implicações de longo prazo sobre a biodiversidade. Ainda assim, a pressão por soluções para os inúmeros pacientes que morrem anualmente à espera de um órgão humano incentiva a continuidade das pesquisas e do desenvolvimento desta tecnologia.

O sucesso do primeiro transplante de rim de porco para um humano que ainda sobrevive marca um ponto de virada para o potencial dos xenotransplantes. Esta operação não apenas proporciona uma nova esperança para milhares de pessoas, mas também sinaliza um avanço significativo na medicina de transplantes, tendo implicações profundas para o futuro do tratamento de doenças renais e possivelmente outras condições de falência de órgãos.

Perfil Brasil
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