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"O establishment quer se proteger das mudanças", afirma Huck

No 'Estadão Summit Brasil - O que é poder?', apresentador afirma querer ajudar a qualificar o debate político no País

30 out 2019 - 11h02
(atualizado às 11h32)
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Cotado para disputar a Presidência da República em 2022, o apresentador Luciano Huck (sem partido) defendeu nesta quarta-feira, 30, os grupos cívicos ou de renovação da política nacional, como o RenovaBR, do qual faz parte, e afirmou que vê resistência no "establishment" às mudanças que esses movimentos podem trazer.

"Acho que o establishment quer se proteger das mudanças. O fortalecimento dos movimentos cívicos é necessário", disse o apresentador no Estadão Summit Brasil - O que é poder?. "A reforma política tem que voltar ao debate, ser discutida, sem preconceito. Avançamos em várias frentes, mas eu traria a reforma política para debater. Não sei qual o modelo ideal, mas quero debater."

O apresentador afirmou que quer ajudar a qualificar o debate político no País e negou que investigações e acusações sobre sua vida pessoal possam incomodá-lo. Questionado sobre críticas a respeito do uso dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de um jato particular, Huck negou irregularidades.

"Se pensar assim (em críticas e acusações), melhor ficar em casa. Domino meu espaço, sou bem remunerado. Eu não pedi para estar aqui hoje. Não imaginava estar aqui debatendo isso. Só que a conjuntura geopolítica do mundo me colocou nessa situação. Ou eu fingia que não era comigo, ou tentava de alguma forma contribuir. Não tenho nada a esconder. O avião não tem nada de errado, está pago. Faz parte da questão de sair da zona de conforto. Se a gente não iluminar a parte boa da sociedade, estaremos na pobreza para sempre. Estou aqui tentando contribuir para o debate."

Apresentador Luciano Huck ao lado do governador de São Palo, João Doria
Apresentador Luciano Huck ao lado do governador de São Palo, João Doria
Foto: Governo do Estado de São Paulo / Reprodução

'Não estou aqui num projeto de poder'

Huck disse não estar a serviço de "um projeto de poder". "Não estou aqui num projeto de poder. Estou há 20 anos rodando o País sem intenção a não ser produzir conteúdo. Dizem que eu impactei pessoas, mas eu fui a pessoa mais impactada pelo conteúdo que produzi. Eu não consigo passar por um problema e não me sentir abatido. Vivemos num País desigual. Se não fizermos nada, vamos envelhecer e as desigualdades continuarão enormes."

Ele criticou a polarização no País e defendeu o diálogo. "A sociedade está viciada em rotular as pessoas e colocar nos grupinhos. Se você não tiver contas organizadas, você não consegue fazer as coisas. Temos que ganhar eficiência na gestão. A sociedade civil já gastou tanto dinheiro, tem tanta coisa organizada, é só colocar em prática. Independente de ser de esquerda, direita. Consigo ver muita coisa à esquerda como necessária. Mas só consegue cuidar das pessoas quem cuida das contas", disse Huck.

"A gente tem que ganhar eficiência na gestão, e a tecnologia vem para ajudar muito. O Estado tem um papel importante, mas não acho que tem que ser Estado empresário", afirmou o apresentador. "O marxismo não deu certo e liberalismo puro, também não."

Antes de Huck, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou no evento e defendeu "mais equilíbrio" no País. O Estadão Summit Brasil é inspirado na série de artigos e debates intitulada The Big Ideas, do jornal The New York Times. De maio a junho deste ano, o jornal publicou 14 textos de pensadores, ativistas, escritores e ensaístas sobre o tema "poder".

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