O futuro dos Espaços Educativos Afro-Brasileiros e Indígenas é discutido em Porto Alegre
Alterações nos EEABIs preocupam educadores e mobilizam debate na Câmara
A Câmara Municipal de Porto Alegre realizou uma audiência nesta terça-feira (18) para discutir o funcionamento dos Espaços Educativos Afro-brasileiros e Indígenas (EEABIs) na cidade. A pauta foi proposta pela vereadora Grazi Oliveira (PSOL) e conduzida pelo vereador Rafael Fleck (MDB), presidente da Comissão de Educação. O objetivo foi debater possíveis mudanças que podem afetar a estrutura dos EEABIs e a educação das relações étnico-raciais no município.
Os EEABIs são núcleos escolares criados para fomentar a educação antirracista, proporcionando livros, jogos e atividades culturais que valorizam as culturas afro-brasileira e indígena. No entanto, profissionais da área manifestaram preocupação com alterações que incluem a realocação de educadores para salas de aula, mudanças na gestão dos horários de reuniões e a possível descontinuidade da Assessoria de Direitos Humanos e ERER, órgão essencial para a implementação das diretrizes educacionais na área.
A professora Nelza Jaqueline Franco, representante dos EEABIs, solicitou mais recursos para manter e expandir esses espaços, além de defender a ampliação da carga horária dos educadores. Ela também destacou a necessidade de assegurar a participação das comunidades indígenas e reforçar a formação continuada dos profissionais que atuam na área.
A representante da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Adriana Nunes, negou que os EEABIs serão desativados e afirmou que a carga horária dos profissionais seguirá em 20 horas semanais. Também foi informado que as reuniões coletivas passarão a ser mensais. Como encaminhamento, a Comissão de Educação solicitou a ampliação dos EEABIs na rede municipal e a criação de um canal para denúncias de racismo nas escolas.
Com a informação CMPA.