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O que explica o recorde histórico do preço do Bitcoin?

A moeda virtual alcançou um novo pico recorde, superando os US$ 69 mil; seu preço aumentou em 50% no último mês

6 mar 2024 - 17h05
(atualizado às 21h17)
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O valor da criptomoeda mais significativa globalmente, o bitcoin, alcançou um novo pico recorde, superando os US$ 69 mil (convertido para aproximadamente R$ 342,4 mil).

Aprovação de novas regulamentações podem explicar
Aprovação de novas regulamentações podem explicar
Foto: Canva / Perfil Brasil

O anterior recorde era novembro de 2021, porém o valor declinou para US$ 16,5 mil alguns meses depois. Nesta ocasião, a ascensão foi impulsionada por grandes nomes do mercado financeiro dos Estados Unidos que investiram bilhões de dólares na compra de bitcoins.

De acordo com dados da plataforma do mercado de criptomoedas CoinMarketCap, o preço do bitcoin aumentou mais de 50% no último mês.

Após a aprovação de novas regulamentações por autoridades estadunidenses em janeiro deste ano, grandes fundos de investimento como Blackrock, Fidelity e Grayscale iniciaram a comercialização de produtos financeiros regulados, baseados no preço do bitcoin.

Carol Alexander, professora de Finanças da Universidade de Sussex, no Reino Unido, disse em entrevista à BBC que o preço do bitcoin poderia ascender ainda mais, porém alertou sobre a notória volatilidade das criptomoedas.

"Muitas vezes, no passado, a queda dos preços foi programada para que os investidores comuns que comprassem bitcoin durante a bolha fossem os que perdessem", afirmou.

Esse novo recorde representa outro momento marcante na história da moeda digital.

O bitcoin foi concebido em 2009 por uma entidade ou grupo que se identifica como Satoshi Nakamoto, cuja verdadeira identidade permanece desconhecida. Inicialmente concebida como uma forma de dinheiro para a internet, suas origens estão ligadas a um anti-establishment, incentivando a independência das instituições financeiras e governamentais.

No entanto, o novo pico de valor foi alcançado devido aos investimentos bilionários dessas mesmas instituições.

Isso se tornou viável após a aprovação, em janeiro de 2024, do ETF SPOT de bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), um fundo negociado em bolsa que rastreia o preço do bitcoin.

Consequentemente, o bitcoin agora é negociado nas bolsas de valores como se fosse uma ação empresarial, permitindo que empresas como Blackrock, Fidelity e Grayscale ofereçam produtos baseados no preço da criptomoeda. Essas empresas têm adquirido milhares de bitcoins, impulsionando rapidamente seu valor.

Carol Alexander observou que "estão atraindo investidores institucionais para o bitcoin e estão colocando uma pressão ascendente considerável sobre o preço".

Ela também destacou que o próximo evento de "halving" do bitcoin, previsto para abril, pode influenciar o valor da criptomoeda. Esse evento reduz pela metade a quantidade de bitcoins gerados a cada dez minutos como recompensa pela mineração, ocorrendo a cada 210 mil blocos minerados, aproximadamente a cada quatro anos. Tais eventos no passado foram associados a aumentos nos preços.

Até o momento, foram criados 19,6 milhões de bitcoins, de um total de 21 milhões que poderiam existir.

Flutuações do bitcoin

Para muitos detentores de bitcoin, este será um momento de celebração, pois sua riqueza pessoal terá aumentado significativamente. No entanto, a história sugere que eles devem estar preparados para mudanças abruptas.

Em junho de 2022, o valor do bitcoin caiu para seu nível mais baixo em 18 meses, para quase US$ 20 mil, à medida que os investidores buscavam se distanciar de investimentos mais arriscados em meio a uma perspectiva econômica global sombria.

A criptomoeda continuou a declinar naquele ano, especialmente após a falência da FTX, uma grande bolsa de criptomoedas fundada por Sam Bankman-Fried, o "rei da criptografia", em novembro de 2022.

Os altos e baixos persistiram ao longo de 2023, mas o valor conseguiu se recuperar para mais de US$ 40 mil no final do ano.

Essas flutuações são observadas não apenas por empresas e investidores individuais, mas também por figuras políticas, como o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que adotou o bitcoin.

Bukele, um entusiasta da criptomoeda, utilizou mais de US$ 100 milhões do tesouro público de seu país para adquirir quase 3 mil bitcoins nos últimos anos, um investimento que agora vale cerca de 60% mais do que ele pagou, embora os detalhes não sejam publicamente divulgados.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

Perfil Brasil
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