O que se sabe sobre prisão do presidente da Coreia do Sul?
O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, foi preso na manhã desta quarta-feira (15), pelo horário local, durante uma operação de seis horas em Seul. No Brasil, a detenção ocorreu na noite de terça-feira (14). A prisão foi autorizada após a emissão de um mandado relacionado a investigações que apuram acusações de tentativa de golpe.
Apoiadores de Yoon se reuniram em frente à residência oficial para tentar impedir a ação das autoridades. Cerca de 6.500 pessoas formaram uma barreira humana, mas não conseguiram evitar o cumprimento do mandado.
Un 2025 de bruscos cambios?
Yoon Suk Yeol, destituido presidente de Corea del Sur, fue detenido por Agencia Anticorrupción en el complejo presidencial, luego que trató de imponer la Ley Marcial al suponer un intento de Golpe de Estado de Corea del Norte y otros países comunistas. pic.twitter.com/cF7AZTkkff
— Jesús Rubén Peña (@revistacodigo21) January 15, 2025
O que se sabe sobre a prisão do presidente?
Agentes tentaram prender o presidente afastado pela primeira vez no início de janeiro, mas foram barrados por seguranças e guardas militares. Desta vez, os investigadores chegaram a um acordo com os guardas presidenciais, que permitiram a entrada na residência.
Yoon foi levado ao Centro de Detenção de Seul, onde ficará em uma cela solitária maior e mais equipada do que as padrão. O espaço conta com 6,5 metros quadrados. Segundo informações divulgadas pela agência Yonhap, ele passou por um exame médico simples e terá uma rotina rígida na prisão, acordando às 6h30 e encerrando as atividades às 21h.
A primeira sessão de interrogatório foi realizada após a detenção. Um questionário de mais de 200 páginas foi preparado pelas autoridades, mas Yoon optou por permanecer em silêncio e recusou a gravação do depoimento.
"Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas", justificou o presidente afastado ao anunciar a medida em dezembro. A lei marcial, no entanto, foi considerada abusiva e gerou forte reação no Parlamento.
Crise política e impeachment
A queda de Yoon começou em dezembro, quando ele decretou lei marcial para limitar direitos civis e enfraquecer a Assembleia Nacional, controlada pela oposição. O Congresso reagiu rapidamente, aprovando o impeachment e afastando-o do cargo. Desde então, a Suprema Corte analisa se ele será destituído de forma definitiva.
Apesar de sua defesa ter tentado negociar durante a operação policial, os investigadores seguiram com a prisão. Em um comunicado, Yoon afirmou ser deplorável agentes realizarem uma "série de atos ilegais", incluindo a prisão dele. Ele afirmou ter aceitado cooperar para evitar confrontos violentos.
A Coreia do Sul vive agora sob a liderança de um presidente interino, enquanto o futuro político do país depende da decisão da Suprema Corte.