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OMS alerta sobre surtos de doenças no Líbano e fechamento de hospitais

Com um cenário dominado por confrontos entre forças israelenses e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, mais de mil pessoas já perderam suas vidas nas últimas duas semanas

12 out 2024 - 08h35
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As tensões e os conflitos em áreas de crise podem rapidamente desencadear situações humanitárias críticas. No Líbano, um representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) recentemente acendeu o alerta para o risco iminente de surtos de doenças, uma consequência direta das condições precárias nos abrigos e encerramento de hospitais. Esses fatores são agravados pela migração forçada de médicos locais devido ao aumento das operações terrestres israelenses no país, que também contribuem para agravar a já delicada situação de saúde pública.

Não houve relatos de vítimas dos ataques
Não houve relatos de vítimas dos ataques
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Com um cenário dominado por confrontos entre forças israelenses e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, mais de mil pessoas já perderam suas vidas nas últimas duas semanas. Esta escalada resultou em uma fuga em massa, piorando as condições de aglomeração em locais de abrigo, onde doenças podem se propagar com facilidade.

Quais são as doenças em risco no Líbano?

Segundo Ian Clarke, gerente adjunto de Incidentes da OMS para o Líbano, em uma entrevista em Genebra, por meio de um link de vídeo a partir de Beirute, o país enfrenta uma probabilidade significativamente alta de surtos de doenças como diarreia aquosa aguda, hepatite A e enfermidades que são evitáveis por vacinação. Com hospitais já sobrecarregados e alguns fechados, o sistema de saúde libanês está lutando para lidar com a pressão.

Os hospitais fecharam devido à saída forçada dos médicos, que, temendo por suas vidas, foram embora ou receberam ordens para evacuarem pelas autoridades locais. Neste contexto, a OMS destacou que cinco hospitais do país fecharam completamente, enquanto outros quatro estão operando parcialmente, criando um déficit preocupante nos serviços de saúde.

Saúde pública e desafios nos abrigos superlotados

A superlotação dos abrigos eleva o risco de transmissão de várias doenças. Esse é um cenário ideal para o aparecimento de surtos, considerando que o acesso a recursos básicos de higiene e saúde está comprometido. As condições insalubres agravam a situação de saúde já comprometida da população, exacerbando vulnerabilidades.

As agências de saúde internacionais, como a OMS, destacam a importância crítica de recursos e suprimentos médicos, tanto para controlar os surtos de doenças que já estão surgindo, quanto para prevenir novas infecções. A situação no Líbano também levanta um alerta para a importância da vacinação, especialmente em tempos de crises.

Como a crise alimentar impacta a situação no Líbano?

Paralelamente à crise de saúde, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) também está preocupado com a segurança alimentar no Líbano. Matthew Hollingworth, diretor nacional do PMA, revelou à Reuters que milhares de acres de terras agrícolas foram danificados ou abandonados devido aos confrontos.

A destruição das terras agrícolas e a impossibilidade de colher produtos ameaçam o abastecimento alimentar do país. Produtos que devem ser colhidos estão apodrecendo, acentuando a crise econômica e alimentar no Líbano. Isso gera um ciclo vicioso que piora as condições de vida da população já afetada pelo conflito.

Perfil Brasil
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