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Papa Francisco, oposição argentina e líderes latinos repudiam atentado contra Cristina Kirchner

Vice-presidente argentina estava junto com militância diante de casa quando um homem apontou uma arma em meio à multidão

2 set 2022 - 00h13
(atualizado às 15h12)
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A tentativa de assassinato contra a vice-presidente Cristina Kirchner provocou uma onda de repúdio à violência política na Argentina, na América Latina e até mesmo na Europa. Líderes de oposição, como o ex-presidente Mauricio Macri, o papa Francisco, com quem a líder peronista teve desavenças quando este era arcebispo de Buenos Aires e governos do Uruguai, Paraguai e México condenaram o ataque.

"Este fato gravíssimo requer um esclarecimento imediato e profundo por parte do sistema de justiça e das forças de segurança", escreveu Macri no Twitter.

O papa, por sua vez, se disse solidário com a violência sofrida pela vice presidente. Os presidentes Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Mario Abdo Benítez, do Paraguai, ambos de centro-direita, condenaram a violência. O presidente mexicano Andrés Manoel López Obrador também criticou o episódio.

No Brasil, os candidatos à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) condenaram a tentativa de ataque. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, lamentou o ocorrido, mas voltou a citar facada recebida na campanha de 2018.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, disse no Twitter que "repudia enfaticamente o atentado contra a vida da irmã Cristina Kirchner". Ele declarou que o país apoia a ex-presidente, sua família, o governo e o povo argentino. Já o antecessor de Arce, Evo Morales, relacionou o atentado ao imperialismo e à direita. "A direita criminosa a serviço do imperialismo não passará. O povo livre e digno da Argentina derrotará", disse no Twitter.

Presidentes de outros países da América Latina também se pronunciaram. O presidente do Chile, Gabriel Boric, prestou solidariedade na rede social e disse que a tentativa de homicídio "merece o repúdio e condenação de todo o continente". O presidente do Peru, Pedro Castillo, também prestou solidariedade a vice-presidente e ao povo argentino. Ele disse que o governo peruano "repudia todo o ato de violência".

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, comentou sobre o caso, disse crer na democracia e rechaçar o ódio. Nicolas Maduro, da Venezuela, disse que o atentado "busca desestabilizar a paz do povo irmão argentino". O chefe do Executivo de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse, no Twitter, estar "consternado" com a tentativa de homicídio contra Cristina.

Mauro Negri, da União Cívica Radical (UCR), também se pronunciou em repúdio ao incidente, ocorrido no momento que Cristina estava ao lado de militantes apoiadores na frente da sua residência. O suspeito foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos. "Democracia é vida e paz. Não é compatível com nenhum tipo de violência", disse Negri.

'Atentado merece o mais enérgico repúdio', diz Alberto Fernández

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, fez um pronunciamento em rede nacional para repudiar o ataque contra a vice-presidente e declarou feriado nesta sexta-feira, 2. "Este atentado merece o mais enérgico repúdio de toda a sociedade argentina. De todos os setores políticos, de todos os homens e todas as mulheres da república", declarou.

"A convivência democrática foi quebrada pelo recurso de ódio que tem partido de diferentes espaços políticos, judiciais e midiáticos da sociedade argentina. Podemos discordar, podemos ter profundas discordâncias, mas uma sociedade democrática os recursos de ódio não podem ter lugar porque geram violência", continuou.

Outros políticos que se posicionaram em solidariedade à vice-presidente foi o atual primeiro ministro da economia, Sérgio Massa, e a presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Cecilia Moreau.

O primeiro, apesar de fazer parte do governo de Cristina, é um histórico crítico do kirchnerismo. No Twitter, Massa disse que o incidente é uma consequência do "ódio e da violência" sobre o debate de ideias. "Quando o ódio e a violência prevalecem sobre o debate de ideias, destroem as sociedades e geram situações como a de hoje: uma tentativa de assassinato."

Já Cecilia, mais próxima da vice-presidente, declarou minutos depois do atentado que Cristina estava bem e pediu investigação máxima do atentado. "Espero que toda a liderança, a mídia e a sociedade como um todo repudiem o ataque e se comprometam com a busca da paz social acima de qualquer diferença", escreveu.

Estadão
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