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Padre da PM suspeito de importunar sexualmente adolescente ganha quase R$ 15 mil por mês

Padre foi detido em flagrante após abordar adolescente que vendia doces em semáforo; ele está afastado da função

25 out 2022 - 18h29
(atualizado às 18h31)
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O Capelão Militar, tenente Jerfson dos Santos
O Capelão Militar, tenente Jerfson dos Santos
Foto: Divulgação/PMDF

O padre da Polícia Militar Jerfson dos Santos e Santos, detido em flagrante por suspeita de importunação sexual contra um adolescente de 16 anos, recebe quase R$ 15 mil pela função de capelão da corporação do Distrito Federal, segundo divulgado por O Globo. Ele ocupa a patente de primeiro tenente. 

O capelão é um servidor da PM que, segundo edital de 2016, deve prestar assistência religiosa e espiritual aos policiais militares, aos servidores civis e suas famílias. Quem ocupa o cargo também tem a função de “atender a encargos relacionados com as atividades de educação moral e outras próprias do oficial policial militar, de acordo com a formação religiosa exigida e os parâmetros institucionais e estratégicos da PMDF”. 

Também é preciso comprovar o sacerdócio na Igreja Católica Apostólica Romana há pelo menos três anos e ter consentimento expresso da autoridade eclesiástica e do Arcebispo Militar para exercer a função. O candidato ainda deve ser formado em Teologia, ter entre 18 e 35 anos, não medir menos de 1,65m e ter carteira de habilitação para dirigir carros de passeio.

Além dessas caracteristícias, conforme reportagem do O Globo, o edital determina que o candidato deve “ter conduta irrepreensível e idoneidade moral inatacável, as quais serão apuradas por meio de sindicância da vida pregressa e investigação social”.

A Arquidiocese de Brasília não confirmou se Jerfson é oficialmente ligado à Igreja Católica. Mesmo exercendo funções religiosas, o suspeito recebe, conforme consta no Portal da Transparência, uma gratificação de R$ 1 mil por risco de vida.

Ainda de acordo com O Globo, desde o final de 2021, o padre tem condutas apuradas pelo Departamento de Controle e Correição (DCC) da Polícia Militar. Ele é investigado por denúncias de assédio a colegas. Em uma das denúncias, ele é suspeito de ter convidado o filho de um policial a viajar com ele para Caldas Novas. Após as denúncias, o então bispo militar afastou Jerfson até que as investigações fossem concluídas.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal informou ao GLOBO que o padre foi indiciado por importunação sexual e entrega de direção a inabilitado. Segundo a instituição informou ao veículo, o padre foi preso por volta de 21h de sexta-feira e os detalhes da investigação são mantidos em sigilo por envolver menor de idade. Jerfson segue detido no Batalhão da Polícia Militar no DF.

A prisão 

Na última sexta-feira, 21, Jerfson foi preso em flagrante após um jovem de 16 anos acusá-lo de importunação. A vítima vendia bombom nas ruas em Águas Claras, no DF, no momento em que relata ter sido abordada pelo suspeito. 

O adolescente relatou à polícia que estava vendendo bombons quando o militar se aproximou de carro e falou que levaria os chocolates, mas estava sem dinheiro ali com ele e precisava que o jovem o acompanhasse até sua casa. Segundo a vítima, após adentrar no carro, já foi possível notar atitudes suspeitas.

Conforme contou o adolescente, o padre ofereceu que ele dirigisse o carro, mesmo tendo apenas 16 anos, e, ao chegar em seu apartamento, tentou tocar o corpo do jovem e sugeriu dar o dinheiro pelos bombons e um "brinde" se referindo, segundo a vítima, a ato sexual.

O adolescente contou que convenceu o padre a deixá-lo ir embora e o militar o levou de carro até a estação do metrô. Durante o trajeto, mais uma vez o suspeito teria dado a direção do veículo ao jovem. O adolescente então afirmou que um pneu tinha furado e assim que o padre saiu para verificar o que tinha acontecido, ele fugiu e pediu ajuda.

A vítima foi até a 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e denunciou o ocorrido. O padre tinha a chave de pix do menino, que era o número de celular, então enviou mensagens ao adolescente com ameaças, afirmando que ele teria problemas caso não devolvesse o carro ou contasse a situação à polícia.

O adolescente então combinou com o militar em deixar o carro no estacionamento de um supermercado. No estabelecimento, policiais civis esperaram o padre e o prenderam em flagrante após o depoimento do adolescente e os prints da conversa.

O padre negou o crime e contou uma versão diferente na delegacia, segundo divulado pelo Metrópoles. Ele afirmou que viu o menino vendendo os bombons, parou e se ofereceu para comprar uma caixa inteira, mas sugeriu que o adolescente fosse fazer as vendas em Águas Claras, devido a ter mais pessoas lá. 

Segundo ele, o garoto disse que morava em Águas Lindas e não sabia como chegar lá. O padre alega que, então, teria oferecido carona. O militar ainda alega que foi o menino que pediu para dirigir e só deixou porque achou que ele era maior de idade.

Sobre a importunação sexual, o padre afirma que apenas pegou na perna do garoto dentro do carro, dizendo que ele dirigia muito bem, porque estaria surpreso com a habilidade. Ainda disse que o adolescente perguntou onde ele morava e indicou o caminho. Quando o carro se aproximou do portão da garagem do prédio, ele teria aberto sozinho, por causa de uma TAG de identificação veicular. Ele também nega que tenha feito a proposta de ato sexual. 

O Terra tenta localizar a defesa do militar.

Fonte: Redação Terra
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