Papa revela ter sido alvo de tentativas de assassinato durante visita ao Iraque
O Papa Francisco revelou, em sua autobiografia, que sofreu duas tentativas de atentado durante sua viagem histórica ao Iraque em 2021. As ações foram frustradas graças à intervenção das forças de segurança locais, conforme relatou o pontífice no livro de memórias "Esperança", que será lançado no início do próximo ano.
O líder da Igreja Católica detalhou que recebeu informações dos serviços de segurança britânicos alertando sobre um plano envolvendo uma jovem com explosivos a caminho de Mossul, uma das maiores cidades iraquianas. Além disso, foi identificado um segundo risco: uma van que teria partido em alta velocidade com o mesmo objetivo de ataque.
"Quando perguntei à Gendarmaria (do Vaticano) no dia seguinte o que se sabia sobre os dois bombardeiros, o comandante respondeu laconicamente: 'Eles não estão mais lá'", escreveu Francisco. Ele acrescentou que a polícia iraquiana interceptou os suspeitos e detonou os explosivos, evitando uma tragédia. "Isso também foi muito marcante para mim. Isso também foi o fruto envenenado da guerra."
Por que a visita do Papa ao Iraque foi tão arriscada?
A viagem do Papa Francisco ao Iraque foi considerada de altíssimo risco na época, não apenas pelas ameaças de segurança constantes no país, mas também pela situação sanitária devido à pandemia de Covid-19. Mesmo diante desses desafios, Francisco deixou claro que estava decidido a ir ao Iraque.
O país, marcado por sua importância na história bíblica, abriga uma das comunidades cristãs mais antigas do mundo, duramente atingida por perseguições nas últimas décadas. Durante a visita, o Papa prestou solidariedade aos cristãos locais e fez história ao se encontrar com o Grande Aiatolá al-Sistani, uma das figuras mais respeitadas do islamismo xiita.
A viagem reforçou o compromisso do pontífice com o diálogo inter-religioso e com a busca por paz em uma região marcada por conflitos prolongados.
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