Partido de Olaf Scholz vence eleição na Baixa Saxônia
Último pleito estadual deste ano na Alemanha era visto como termômetro sobre aprovação do governo federal de coalizão. SPD ficou na frente, com 33,4% dos votos. Ultradireitistas dobraram número de votos.Em meio a uma crise energética e uma recessão iminente na Alemanha, eleitores do estado da Baixa Saxônia foram às urnas neste domingo (09/10) para eleger o novo Legislativo.
O pleito, o último estadual do ano na Alemanha, era visto como um teste importante de confiança para o Partido Social-Democrata (SPD) do chanceler federal, Olaf Scholz, que governa o país em coalizão com os verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP) .
O SPD, sigla de centro-esquerda de Scholz, foi a vitoriosa, com 33,4% dos votos.
Em seguida, vem a conservadora União Democrata Cristã (CDU), partido da ex-chanceler federal Angela Merkel, com 28,1%.
Desta forma, o atual governador, Stephan Weil (SPD), deve seguir no poder. Atualmente, ele governa o estado em uma grande coalizão com a CDU - o que é descartado para a nova gestão.
Assim, os sociais-democratas devem acertar uma coalizão com os verdes, que ficaram em terceiro lugar, com 14,5% dos votos. A manobra é necessária para assegurar mais da metade das cadeiras no legislativo estadual. Os dois partidos já governaram juntos de 2013 a 2017.
Outro destaque do pleito foi a ascensão dos ultradireitistas do Alternativa para Alemanha (AfD), que conquistaram 10,9% dos votos - quase o dobro de 2017. O partido se beneficiou das grandes preocupações e temores sobre novosaumentos de preços e da insatisfação com a política do governo em Berlim, além de bater na tecla do aumento do número de refugiados.
O FDP, que faz parte da coalizão do governo federal, ficou com 4,7% dos votos, não conseguindo superar a barreira de 5% dos votos e ficando assim fora do legislativo estadual. Com 2,7% dos votos, também o A Esquerda ficou sem mandatos.
Energia no centro do debate
Um grande ponto de discórdia na campanha foi a decisão do governo federal de fechar a usina nuclear de Emsland, na Baixa Saxônia, uma das três últimas ainda em operação na Alemanha.
A CDU se manifestou a favor de manter o funcionamento da usina para além de 2022, o que foi rechaçado pelo SPD e, acima de tudo, pelos Verdes.
Para vencer, o SPD contou com o bônus de ter Weil no cargo de governador. Aos 63 anos, ele governa o estado há 10 anos, com seu jeito sólido, um tanto reservado. Embora questões políticas federais, como a crise de energia e a inflação, dominassem a campanha eleitoral e a satisfação com o governo federal liderado pelo SPD tenha diminuído, Weil aparentemente conseguiu manter as críticas afastadas.
"Lutamos e vencemos", disse, após a divulgação dos primeiros resultados neste domingo.
Antes do pleito, Weil disse à revista alemã WirtschaftsWoche que esta foi a campanha eleitoral "mais difícil" de sua vida.
"Nunca vi tantos pontos de interrogação e preocupações nos rostos dos cidadãos", afirmou.
Já a CDU falhou pela segunda vez com Bernd Althusmann, que já havia perdido para Weil em 2017 - depois ele assumiria como vice-governador e secretário da Economia.
O fato de a CDU, como segunda colocada, reivindicar formar um governo e tentar forjar uma aliança com os verdes e, talvez, o FDP é considerado improvável.
le (DPA, AFP, Reuters, AP, ots)