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Partidos boicotam reunião com novo líder do governo

Deputado major Vitor Hugo (PSL) é visto por colegas como um parlamentar com pouco acesso ao primeiro escalão do governo e com dificuldades de reunir aliados

5 fev 2019 - 22h07
(atualizado às 22h31)
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Novato no Congresso, o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL), tem enfrentado questionamentos sobre sua capacidade de articular a base de Jair Bolsonaro e deputados já pregam um boicote. Nesta terça-feira, 5, foi frustrado na tentativa de reunir os líderes de partidos aliados pela primeira vez.

O encontro foi marcado via WhatsApp, disparado pela secretária de Vitor Hugo. Na mensagem, eram convidados os líderes da base "do apoio consistente e do apoio condicionado". O texto irritou aliados.

O deputado federal eleito Major Vitor Hugo (PSL-GO)
O deputado federal eleito Major Vitor Hugo (PSL-GO)
Foto: MAJOR VITOR HUGO/TWITTER / Estadão

"Existem dois tipos de líderes? O que ele quer dizer com consistente e condicionado? O trabalho do líder é trabalhar a base, acalmá-la, ter diálogo e esse governo não tem diálogo algum com a Câmara", afirmou ao Estado o líder do PRB na Casa, Jhonatan de Jesus (RR).

O fato de Vitor Hugo não ter feito o convite pessoalmente também incomodou. "Ele não teve a coragem de me mandar uma mensagem, não preciso avisá-lo que não vou comparecer", disse Jesus.

A insatisfação correu pelos corredores e mobilizou parte dos parlamentares convidados, que não compareceram. Outros apenas passaram pela reunião. A reportagem contabilizou a presença de oito líderes. Alguns ficaram por menos de dez minutos.

Quem esteve presente contou que Vitor Hugo apenas se apresentou e ressaltou a necessidade de se ter uma boa interlocução com os líderes da base e independentes.

Em conversas privadas, porém, líderes partidários afirmam que falta a Vitor Hugo acesso fácil e rápido ao primeiro escalão do governo e enxergam nisso um problema. Para eles, é papel do major facilitar a conexão entre os deputados, ministros e o próprio presidente da República. Algo que, segundo eles, não está acontecendo.

A reportagem apurou que, durante a sessão de votação para a presidência da Câmara, na semana passada, Vitor Hugo ficou ao largo das discussões que aconteciam no plenário. Mesmo dentro do PSL, seus correligionários avaliam que ele enfrentará resistências para reunir os partidos aliados, o que dificultará a aprovação dos projetos de interesse do governo, como a reforma da Previdência.

A indicação de Vitor Hugo foi avalizada pelo ministro da Secretaria de Governo, o general Santos Cruz. Deputados afirmam, no entanto, que falta ao líder proximidade com outros ministros palacianos, principalmente com Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. Procurado, Vitor Hugo não respondeu aos contatos da reportagem até a publicação da notícia.

Estadão
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