PCC invade sistema do MP de SP e obtém acesso a dados sigilosos
Um servidor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) foi preso nesta quinta-feira (28) sob a suspeita de vazar informações sigilosas de processos judiciais para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). A prisão ocorreu durante uma operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o uso indevido de sistemas judiciais para beneficiar a facção criminosa.
Além do funcionário do MP, um segundo suspeito, que também teria participado do esquema, é alvo de um mandado de prisão. A Justiça autorizou ainda cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. A operação, que conta com o apoio da Polícia Militar, foi realizada em São Paulo, na Grande São Paulo e em uma cidade do interior do estado.
Como o esquema de vazamento de dados no MP foi descoberto?
De acordo com o Gaeco, criminosos e advogados utilizaram a senha de um servidor do MP para acessar o sistema do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) de forma indevida. Mais de cem acessos foram registrados com as credenciais do funcionário, o que levantou suspeitas e levou à investigação.
Os promotores apuram agora quais processos foram vazados e como as informações confidenciais foram utilizadas. Uma das descobertas indica que dados de um processo foram vendidos para um advogado, que repassou as informações ao crime organizado.
As informações vazadas teriam sido usadas para obstruir investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, dificultando a ação da Justiça contra o PCC. Entre os crimes investigados estão corrupção, violação de sigilo e obstrução da Justiça.
O Tribunal de Justiça de São Paulo foi procurado, mas, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que "não se manifesta sobre investigação em curso nem sobre questões jurisdicionais."